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UFOP Conhecimento analisa o papel do feminismo na educação

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Com: 
Charles Santos - TV UFOP
As práticas performáticas desenvolvidas pelo Núcleo de Investigações Feministas, o Ninfeias, coordenado pela professora do Departamento de Artes Cênicas da UFOP, Nina Caetano, relacionam os padrões de comportamento, as corporeidades e a subjetividade feminina, com o papel político desempenhado nas relações sociais. 
 
“A gente precisa pensar o modo como as crianças tem sido educadas e que tipos de práticas se repetem na escola. Práticas sexistas bobas, competições entre meninos e meninas, separando tudo”, afirma Nina Caetano.  Segundo a professora, na maioria das vezes, os meninos são educados para serem agressivos e acabam ocultando a subjetividade sensível para agir dessa forma.  
 
Os estudos também investigam determinadas questões ligadas ao papel da mulher na sociedade, com o objetivo de revelar os comportamentos sexistas enfrentados por elas diariamente. O Ninfeias e as atividades artísticas também buscam problematizar as diversas questões ligadas ao gênero.  A representação das práticas corporais da mulher tem como finalidade empoderar suas ações. 
 
Em algumas oficinas já desenvolvidas, foi possível perceber que algumas práticas sexistas já são reproduzidas pelas crianças. As que têm oito anos de idade, por exemplo, já estão socializadas, entretanto são mais flexíveis e estão dispostas a mudar. Como o ambiente escolar reproduz práticas sexistas, o trabalho nessas instituições precisa ser mais profundo, com oficinas voltadas para os professores e toda a equipe pedagógica.
 
De acordo com as pesquisas, cerca de 13 mulheres são mortas por dia no Brasil e são notificados, por ano, aproximadamente 50 mil casos estupros. A professora lembra que esses dados também estão relacionados à educação. Dessa forma, não repensar a educação de meninos e meninas é uma forma de colaborar para manter esse tipo de violência.  
 
A UFOP oferece Curso de Licenciatura em Artes Cênicas. Para Nina Caetano, durante a formação desses professores é preciso colocar o gênero com uma questão a ser debatida e uma das ações do grupo que investiga o feminismo é pensar atividades que discutam a não violência de gênero. Além disso, é preciso oferecer uma formação a mais, com oficinas que podem ser ministradas nas escolas, para discutir as práticas sexistas que ainda ocorrem dentro deste espaço.