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UFOP cria medicamento para combater a mastite bovina

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Íris Jesus

A inflamação das glândulas mamárias das vacas, conhecida como mastite bovina, é uma doença que afeta os animais principalmente na época da secagem do leite, no fim da lactação, e prejudica as próximas lactações. Como forma de combater essa doença, pesquisadores da Escola de Farmácia desenvolveram um medicamento que usa a nanotecnologia no combate a essa enfermidade.

A pesquisa, iniciada em 2007, foi feita por meio de uma parceria entre a UFOP e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tinha como demanda a criação de um medicamento para o tratamento de doenças de grande impacto em animais. A mastite bovina é uma das doenças de alto impacto na produção leiteira no Brasil e pode provocar a perda do leite e trazer infecção ao ser humano que consumir aquele leite.

TRATAMENTO - O tratamento desenvolvido pela UFOP tem como base a utilização de nanotecnologia para auxiliar no tratamento dos animais. A formulação farmacêutica criada contém um antibiótico que é inserido dentro da glândula mamária do animal. Dessa forma a utilização da nanotecnologia se mostra mais eficaz do que o tratamento convencional, feito com antibióticos, que nem sempre atuam de forma ampla para combater os agentes que provocam a inflamação. Nesse caso, algumas bactérias podem se esconder dentro das células e ficar protegidas das ações do medicamento.

"A vantagem é que o medicamento é liberado em uma velocidade controlada e adequada. E, além disso, ele tem uma característica de penetrar mais na célula, onde o microrganismo fica escondido.", afirma a professora da Escola de Farmácia e líder do projeto na UFOP, Vanessa Furtado Mosqueira.

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Íris Jesus
Os medicamentos são produzidos no laboratório da Escola de Farmácia e estão em fase de escalonamento.


PROJETO - Esse projeto foi patenteado pela UFOP, Embrapa e Fapemig, e essa patente já foi depositada nos principais países onde a produção de leite é importante, como Argentina, Austrália, China, EUA, em toda a Europa e Nova Zelândia. Na parceria, o papel da UFOP é produzir o medicamento e a Embrapa testa o produto nos animais. 

Esse produto já foi tese de dois mestrados em Ciências Farmacêuticas na UFOP, um doutorado, em parceria com a UFMG, e um doutorado, também em Ciências Farmacêuticas na UFOP, que está em andamento. Em fase de escalonamento, o medicamento está sendo ajustado para passar da escala laboratorial para a escala industrial, com a mesma qualidade. 

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA - A UFOP e a EMBRAPA estão realizando  a transferência de tecnologia para indústria e um edital para empresas interessadas no codesenvolvimento e comercialização de medicamento veterinário foi publicado. 

Nesse edital, uma empresa será selecionada para codesenvolver o medicamento veterinário e terá o direito de comercializar, com exclusividade, o produto final, conforme condições estabelecidas no edital. Dessa forma, o objetivo da seleção é encontrar parceiros interessados em levar o produto ao mercado.

Os interessados têm até as 16h do dia 7 de novembro para entregar a documentação de habilitação.

Confira o edital completo.