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UFOP vista além da graduação

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NPG UFOP

Além de ser lugar da graduação, o ambiente universitário tornou-se para muitos o local de trabalho e de uma longa trajetória profissional. Na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), é possível encontrar profissionais como George da Fonseca, Clézio Gonçalves e Eduardo Evangelista, ex-alunos que atualmente são professores ou técnicos administrativos. A reitora Cláudia Aparecida Marliére de Lima também compõe essa lista de pessoas que ampliaram as relações entre as comunidades e a Universidade, fortalecendo o sentimento de pertencimento. Por serem moradores ou trabalharem nas cidades de João Monlevade, Ouro Preto e Mariana, onde estão os campi da UFOP, todos mostram uma forte ligação com a Universidade e reconhecem a importância da Instituição para esses municípios. 

George Henrique da Fonseca tem 28 anos, é graduado em Sistemas de Informação pela UFOP, onde também fez mestrado em Ciência da Computação. Natural de João Monlevade, há seis anos George é professor do Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas (ICEA) e atualmente coordena o curso de Sistemas de Informação. Sua trajetória na UFOP começou em 2009, no próprio Icea, onde foi servidor técnico-administrativo, conciliando o trabalho com a graduação à noite. Desde os primeiros períodos do curso ele tinha interesse pela pesquisa e queria fazer pós-graduação. Fez o mestrado e logo foi aprovado no concurso para professor. A fim de dar continuidade aos estudos, fez doutorado em Engenharia Elétrica, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Durante o mestrado e o doutorado, desenvolveu um software de otimização de planejamento de horários em universidades e escolas. Para sua felicidade, esse software começou a ser utilizado pelos professores dos departamentos do Icea em 2017, mesmo ano em que se tornou coordenador do curso de Sistemas de Informação. 

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Letícia Conde
Professor do Icea, George Henrique da Fonseca

"Poder voltar depois, com maturidade, e conseguir olhar para o curso que eu cursei, tentar identificar as falhas e tentar trabalhar para corrigi-las e dar uma formação melhor para os nossos alunos, acho que isso é motivador para mim", celebra. Ter realizado a graduação na cidade onde mora e depois trabalhar na Universidade foi, segundo George, muito significativo para seu crescimento pessoal e profissional: "Posso dizer que a UFOP é muito importante para mim, como um todo. Entrei aqui um rapaz de 18 anos e estou aqui onde queria chegar, como professor e tudo, com a minha graduação, com mestrado, doutorado. Desde que entrei aqui, amadureci muito".

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Fábio Augusto Carvalho
Professor do ICHS, Clezio Roberto Gonçalves

 

Natural de Ouro Preto, Clézio Roberto Gonçalves é outro professor que fez da UFOP lugar da trajetória profissional. Graduado em Letras e licenciado em Língua Portuguesa pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da UFOP, atualmente é professor de Língua Portuguesa e Linguística Aplicada do Departamento de Letras e docente permanente do Mestrado em Letras. Já graduado em Filosofia pelo Seminário de Mariana, iniciou a sua trajetória na Universidade como aluno de disciplina isolada, ingressando efetivamente no curso de Letras em 1991, com o objetivo de se tornar professor de Língua Portuguesa para adolescentes. Após a conclusão do mestrado em Estudos Linguísticos na UFMG e do doutorado em Linguística na Universidade de São Paulo (USP), em 2010 Clézio voltou para a UFOP, dessa vez, como professor. 

Além de ser o local onde pôde dar continuidade a sua trajetória profissional, para Clézio a UFOP é também uma Instituição onde sente estar representando a população da região: "Ao mesmo tempo em que é uma honra ser ex-aluno e hoje ser professor da Universidade Federal de Ouro Preto, eu acho que é também um compromisso, pois eu me sinto aqui representando a população, a comunidade da região, não só de Ouro Preto, mas de Mariana e cidades circunvizinhas, porque são poucos que conseguem chegar à Universidade e se tornarem, inclusive, funcionários desta Instituição". 

"Dú do Veloso": é assim que Eduardo Evangelista Ferreira é conhecido em Ouro Preto, sua cidade natal, e na UFOP, onde cursou graduação e mestrado e onde atualmente trabalha como técnico-administrativo na fiscalização de obras. Em 1995, iniciou os estudos em Engenharia Civil na Escola de Minas, curso que sempre desejou, por ter convivido em obras com o pai desde criança. Em 2000, como membro do diretório acadêmico, juntamente com alguns professores, participou de uma iniciativa que visava incentivar os alunos que iriam fazer o "provão" — avaliação nacional do curso da época —, a fim de que o curso de Engenharia Civil da UFOP tivesse uma boa nota. Após o resultado da prova, Eduardo ganhou o prêmio "Aluno Destaque", por ter tirado a melhor nota do curso de Engenharia Civil de Minas Gerais e a terceira melhor nota entre todos os cursos de Engenharia Civil do Brasil. 

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Fábio Augusto Carvalho
O engenheiro Eduardo Evangelista Ferreira, o "Dú do Veloso"


A motivação para a realização do mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais partiu de observações no bairro onde mora, o São Cristóvão. Eduardo percebeu como a mineração realizada no  local, no ciclo do ouro, revelava o conhecimento africano e sua contribuição para a construção da cidade e do paísEle então decidiu ingressar na pós-graduação com a ideia de inventariar o patrimônio arqueológico da mineração existente no bairro e propor algumas trilhas turísticas no bairro e também divulgar esse patrimônio para moradores e turistas, que muitas vezes só conhecem o patrimônio arquitetônico, histórico e artístico de Ouro Preto. A recuperação da Mina Du Veloso, uma antiga galeria subterrânea abandonada que foi estruturada e aberta a visitação, em 2014, foi outro fator que o motivou no mestrado

Como ouro-pretano, Eduardo conta que sempre ouviu dizer que a Universidade participa pouco da vida da cidade. Por isso, desde que ingressou na Instituição, tenta mudar essa realidade: "Faço várias atividades de forma a levar a Universidade para a cidade, que é uma coisa que precisa ser muito ampliada. A pesquisa e a extensão, realizadas aqui, dão pouco retorno direto para a sociedade ouro-pretana, onde a Universidade está inserida. Então, tenho esse orgulho de estar trabalhando na UFOP e poder dar essa contribuição para que a UFOP se aproxime mais da comunidade ouro-pretana", assinala.

Na década de 1980, Cláudia Aparecida Marliére de Lima prestou vestibular, foi aprovada, se formou, ficou um período fora de Ouro Preto, mas voltou para tentar concurso público na Escola de Nutrição, primeiro como professora substituta, depois, efetiva. Passou por vários setores acadêmicos e administrativos da Universidade. Foi a primeira pró-reitora de Extensão e, hoje, é reitora.  "A UFOP faz parte da minha vida desde que entrei como estudante, e vou me aposentar aqui. É uma história de vida de muitos anos, lutando pela Universidade, tentando ajudar a construir e defendendo a Universidade. Tivemos momentos mais calmos, mas também períodos bem conturbados, com uma preocupação com o desmonte da Universidade", comenta a reitora. 


Para ela, "só compreende a Universidade quem vive nela" — no seu caso, como aluna, professora, pró-reitora e reitora. "O conhecimento que tenho da Instituição vem por eu ter sido ex-aluna, isso me deu suporte para me tornar gestora pública", explica, completando que "quanto mais se vive a academia, maior o ganho". Dentre os momentos mais importantes, Cláudia relata que foi marcante chegar na UFOP: "Vim do interior, e a Universidade me surpreendeu de forma positiva com a educação superior". Segundo ela, importantes foram também os períodos na extensão, construindo a relação com a comunidade, na Escola de Nutrição, com a qual o vínculo ainda é forte, e a vida como docente. "É até difícil me desligar da UFOP. A minha vida é UFOP. Eu respiro UFOP".

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Lívia Ferreira
Reitora Cláudia Marliére