Livros são lançados no encerramento do CBEU | Universidade Federal de Ouro Preto

Criado por Julia Cabral em seg, 12/09/2016 - 14:47 | Editado por Patrícia Pereira há 8 anos.

No último dia do Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), foram lançados dois livros com a participação dos autores, que assinaram dedicatórias aos participantes.

Um dos livros, a obra "O espaço e os construtores de Mariana (século XVIII)", é de autoria do professor Carlos Alberto Pereira, do Departamento de Engenharia de Minas da UFOP, em conjunto com três ex-alunos da instituição. O livro é um dos produtos do projeto de extensão “Pesquisa, educação e restauração da Cantaria em Ouro Preto”, coordenado pelo professor, que pesquisa as atividades de Cantaria, o trabalho na pedra, em Minas Gerais.

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Íris Jesus

Um dos livros lançados no CBEU é fruto de um projeto desenvolvido há 15 anos por professor da Engenharia de Minas.

"O projeto foi iniciado em 2000, muito com objetivo da educação patrimonial e a manutenção do patrimônio pétreo de Ouro Preto. Depois vimos que precisávamos de outras coisas, que só valia a pena manter essa questão de educação patrimonial se as pessoas vissem o sentido daquilo, que não fazia sentido restaurar apenas por restaurar. Então começamos a trabalhar com a comunidade", conta o professor Carlos Alberto, que ainda ressalta que grande parte dos colaboradores e todos os outros autores do livro são ex-alunos do projeto.

Um desses autores, Fabrício Luiz Pereira, graduado e mestre em História na UFOP, fala sobre a mistura de conhecimentos do projeto de extensão que levou ao livro. "O livro nasceu de uma ideia antiga do projeto Cantaria. A extensão não caminha sem a parte da pesquisa, e o professor Carlos Alberto, desde o início, trouxe para o projeto os alunos de História e de outros cursos, como Letras e Turismo, pensando em fazer um projeto ligado à conservação patrimonial que envolvesse diversas áreas. A grande questão do projeto é a interdisciplinaridade. Por exemplo, quando o pessoal da Engenharia de Minas começa a trabalhar com restauração de uma rocha, nós da História damos um suporte histórico sobre aquele monumento, quem construiu, por que foi construído, em que momento foi construído, é um trabalho em equipe a todo o momento."

Sobre lançar seu primeiro livro, Fabrício diz estar feliz de poder fazê-lo na UFOP. "Eu já participei do CBEU há alguns anos como aluno, e agora sou ex-aluno da casa. E fico muito feliz com a valorização da extensão, que possibilita o ensino, a pesquisa e o contato com a comunidade, que muitas vezes é deixado em segundo plano."

O livro também conta com a colaboração de professores dos cursos de História e Arquitetura, além de reunir textos de ex-alunos do projeto. O projeto Cantaria já acumula diversos artigos publicados e participações em congressos nacionais e internacionais em seus 16 anos. Durante o CBEU, também foram expostas fotos do projeto no saguão da Escola de Minas, leia mais aqui.

MILAGRES BORDADOS - Outro livro lançado no CBEU foi a obra "Milagres Bordados", da professora Tereza Barreto, da UNICAMP. Ela, que lança seu primeiro livro autoral, ministra workshops de Motivação e Bordado e já trabalhou com diversos projetos de extensão universitária envolvendo o bordado.

"A produção do livro começou em setembro de 2013, quando começamos um projeto chamado Oficinas Motivacionais de Bordado. Eu criei uma dinâmica, a partir da qual as pessoas aprendiam a bordar 12 pontos de bordado em uma bola. A primeira oficina tinha três pessoas, a segunda já tinha nove. Chegamos a um público de 80 pessoas querendo participar da dinâmica." A professora levou sua iniciativa ao Memorial da América Latina, além de outros 10 estados brasileiros.

Apesar do foco no bordado, Tereza afirma que as oficinas iam muito além. "Na verdade é uma roda de conversa, aonde a gente bordava." A professora conta que muitos dos participantes eram da universidade e buscavam diminuir os níveis de stress.

"O livro é um diário de bordo", afirma Tereza. Nele, ela conta desde a primeira oficina, todas as experiências e viagens com o projeto. "Sou uma contadora de histórias", ela diz, lembrando que há também páginas com histórias contadas diretamente por participantes da oficina.