Primeiro como tragédia, depois como farsa é uma peça de teatro que busca refletir sobre os embates da política brasileira atual. Criada de maneira extracurricular no âmbito do curso de Teatro da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), conta com a participação de alunos e professores desta universidade, num esforço colaborativo de criação de um espetáculo de alto nível visual e de atuação. A peça estreou com duas apresentações, nos dias 19 e 20 de setembro de 2015, no Departamento de Artes Cênicas da UFOP. A encenação faz parte de uma pesquisa sobre o uso de novas tecnologias na cena teatral, que se encontra já no seu terceiro ano, ligada ao núcleo de pesquisa MediaLab Caixa Preta (DEART/UFOP). Nessa encenação, projeções de imagens e vídeos, junto à sonorização do ambiente, são experimentados em seu potencial político.

A peça surgiu da inquietação dos integrantes do grupo diante do avanço do pensamento e das propostas de cunho retrógrado que têm sido implementadas nos anos mais recentes. Ela reflete ainda sobre as novas formas de mobilização política que surgiram com a consolidação das redes sociais na internet, os modos de combate e discussão que as caracterizam, bem como – por outro lado – a potencialidade de renovação de preconceitos e discriminações também presentes nesses meios. Além disso, busca refletir sobre como o momento político atual se insere na história do país, sugerindo que estamos passando por uma espécie de retorno de lutas e temas antigos que ainda não foram completamente encerrados.

Sete atuantes em cena se revezam entre esquetes teatrais e operação de vídeos e som, retratando e discutindo alguns dos principais fatos políticos ocorridos nos últimos anos. Os atores encenam tanto cenas fictícias, marcadas por uma crítica direta aos acontecimentos políticos, quanto relembram momentos de suas próprias vidas, em que fatos históricos do Brasil se mesclam a lembranças pessoais. Intercalando as cenas, dois grandes telões exibem vídeos que abordam os mesmos temas.

Grupo Teatro do Tumulto

Local: Auditório do ICSA em Mariana

Cidade: Mariana

Classificação: 16 anos