Criado por Administrator em qui, 27/11/2014 - 11:59
Ticiane Alves
Na terça-feira (25), a mesa-redonda “Cultura letrada na escola: os desafios do ensino de língua portuguesa e de literatura na educação básica” trouxe para XIII Semana de Letras da UFOP discussões a respeito das práticas de ensino dos conteúdos de língua portuguesa e de literatura no ensino básico. A mesa contou com a presença dos professores Márcia Mendonça, da Unicamp, Leonardo Soares, da UFU, e Soélis Prado Mendes, da UFOP, que mediou as discussões.
Márcia Mendonça propôs uma discussão sobre o ensino de leitura e de escrita na escola, com o objetivo de problematizar a necessidade de se ampliar as práticas de letramento exploradas no âmbito escolar, aproximando-as de outras práticas de letramento advindas de várias esferas sociais existentes. A professora ainda explicou que as práticas de letramento emergem dos contextos sociais, nos quais as pessoas lidam com a leitura e a escrita, o que está associado ao modo como elas se organizam socialmente.
Ela também propôs uma reflexão sobre novas e antigas práticas de letramento e sobre novas e antigas demandas. Em relação aos processos de aprendizagem formal e às práticas de letramento escolares, Márcia destaca que “não podem ser pensadas sem que a gente compreenda a escola como essa instituição responsável pelos processos de aprendizagem formal da leitura e escrita. Não que a gente não tenha outros espaços em que a leitura e a escrita também sejam apreendidos. Mas do ponto de vista institucional, legal, na nossa sociedade, isso ainda é papel da escola. Não há como desvincular as práticas de leitura e de escrita, que acontecem na escola, desses processos formais de aprendizagem”.
O professor Leonardo Soares propôs uma reflexão sobre ensino de literatura e do trabalho com o texto literário no ensino básico. Em sua fala, o professor fez um recorte do amplo cenário que compreende essa educação, concentrando-se no letramento e na experiência literária que ocorrem nas séries iniciais do ensino fundamental, dando foco para o leitor criança. Ele também apontou o distanciamento entre os estudantes e o texto literário e o uso desses textos como pretextos.
O professor discutiu a formação do leitor criança e a especificidade do texto literário para esse público, problematizando a percepção que o adulto tem dos textos para crianças e a influência que essa percepção exerce no trabalho dele. De acordo com Leonardo, a teoria e a crítica literária são muito importantes para os interessados e envolvidos na formação dos leitores infantis. "Há a necessidade de aproximação entre os professores pesquisadores, os estudantes de graduação e os professores do ensino básico, para que haja melhorias no ensino desse conteúdo", destaca.
Quanto à importância de se discutir sobre essas práticas, Leonardo aponta que “o primeiro desafio que nós, pesquisadores de Literatura, temos é o de nos inserir nessa discussão”.



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