Ir para o conteúdo

UFOP integra Núcleo de Excelência e estuda aplicação do diagnóstico da leishmaniose visceral

Twitter icon
Facebook icon
Google icon
Daniella Andrade

O Programa de Núcleo de Excelência (Pronex), instrumento de estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico do País, aprova a contratação da pesquisa desenvolvida no Laboratório de Imunopatologia da UFOP. "Leishmaniose Visceral Canina: programa interinstitucional para o desenvolvimento de métodos de combate à endemia: abordagens imunofarmacológicas no tratamento da doença" é o nome da pesquisa contemplada por mérito de pesquisadores de excelência que têm reconhecimento profissional, competência e tradição em suas áreas de atuação técnico-científica e capaz de funcionar como fonte geradora e transformadora de conhecimento científico-tecnológico para aplicação em programas e projetos de relevância ao desenvolvimento do País.

Com o investimento de R$346,5 mil, a pesquisa envolve imunofarmacologia e nanotecnologia farmacêutica no desenvolvimento de vacinas para tratamento da doença transmitida pelo protozoário leishmania spp. Com caráter de desenvolvimento tecnológico, a pesquisa traz propostas à doença, como a de transcrição do seu código genético. A ideia é estudar a transcrição de animais doentes e tratados, buscando encontrar biomarcadores que se manifestam no seu RNA e DNA. Esses estudos podem trazer informações importantes para entendimento da doença e outras estratégias de vacinas e tratamentos a serem desenvolvidos no País. Coordenado pelo professor da UFOP, Alexandre Barbosa Reis, o estudo envolve mais de dez pesquisadores da Universidade e possui parceria com outras instituições (UFMG, UFES, UFVJM, UFJF e UNIFAL) e com a Fundação Oswaldo Cruz dos Estados de Minas Gerais e Bahia.

Além do reconhecimento de excelência de estudos realizados dentro do Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas (Nupeb) da UFOP, outra pesquisa intitulada "Diagnóstico da leishmaniose visceral canina em larga escala por citometria de fluxo: validação multicêntrica de um protótipo de Kit (Leishflow) e inovações nanobiotecnológicas empregando antígenos recombinantes (Leishplex)" foi desenvolvida nos laboratórios da Instituição e aprovada no Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS).

Os estudos, que integram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, possuem caráter aplicado no SUS a fim de propor um kit de diagnóstico para leishmaniose visceral, desenvolvido durante o mestrado em Ciências Farmacêuticas da UFOP por Henrique Gama. O trabalho, tem objetivo de realizar ensaio multicêntrico do Leishflow. Os kits serão desenvolvidos em escala in house e possuem bula e design já formatados.  

Com o projeto, financiado por R$189.932, serão distribuídos kits em sete unidades de pesquisa no Brasil. Os pesquisadores desses centros serão escolhidos e treinados por cientistas da UFOP para aplicação do método de diagnóstico desenvolvido a partir do produto. Após essa fase, os pesquisadores imunologistas dos centros irão executar diagnósticos de análise para verificar, em larga escala, o potencial dos resultados no Sistema Único de Saúde e definir se, de fato, o kit é viável para ser empregado no SUS. A pesquisa, de caráter no desenvolvimento tecnológico voltado para a análise (teste do kit Leishflow), avança seus estudos mediante utilização de outra tecnologia: a nanotecnologia diagnóstica chamada Leishplex.

leish_flow.jpg
Kit para diagnóstico da leishmaniose viceral: leish flow - Foto: Carol Vieira

Desenvolvimento tecnológico
A nova proposta utiliza-se da leishmania em pedaços, proteínas criadas em laboratório com o DNA recombinante que separa o genoma (informação hereditária de um organismo codificada em seu DNA) específico do parasita, diferente do Leishflow que se utiliza da leishmania íntegra para o diagnóstico. Portanto, essas proteínas construídas serão ligadas por polímeros (nanopartículas de plásticos). Por ter afinidade com essas proteínas criadas, o plástico se ligará a elas por meio de solventes - atividade denominada pelo professor coordenador Alexandre Reis de "acoplamento da proteína recombinante às nanoesferas de polímeros". Essas nanoesferas possuem cores e tamanhos diferenciados e favorecem a utilização de várias proteínas, permitindo resultado capaz de distinguir outras doenças nos cães, nos que foram vacinados e nos doentes da leishmaniose visceral. "O kit Leishplex é uma evolução do Leishflow. A utilização de tecnologia como essa (dos polímeros) permite avanços para mapear quase todas as doenças nos cães. Em alguns países, a tecnologia já é testada em humanos e foram identificadas, por enquanto, 30 a 40 doenças a partir da utilização de polímeros", afirma Reis.

Para saber mais sobre a doença, acesse a reportagem completa na edição de julho/agosto de 2014 do Jornal da UFOP, por meio da plataforma online ISSUU.