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UFOP cria Aedes aegypti em laboratório para montar kit educativo

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Thiago Barcelos

O que acontece no quintal da sua casa vem sendo recriado no Laboratório de Epidemiologia das Doenças Parasitárias (LEPI) da UFOP. A criação de mosquitos Aedes aegypti faz parte da montagem de kits biológicos e pedagógicos que serão distribuídos nas escolas municipais e estaduais da região. O projeto é uma parceria com os Programas de Educação Tutorial (PET) de Pedagogia e Ambiental e as prefeituras municipais de Ouro Preto, Mariana e Itabirito. 

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Thiago Barcelos
Culturas de larvas do Aedes preparadas pelo doutorando Rafael Martins no Laboratório de Epidemiologia das Doenças Parasitárias (LEPI) da UFOP

"Esse kit foi pensado de maneira que o professor pudesse receber um guia e uma capacitação de como trabalhar essa ferramenta nas aulas, além de ter material dentro de sala para trabalhar com os alunos. Então, o kit, na verdade, não é composto apenas pelo ciclo de vida do mosquito, mas vai acompanhado também de uma cartilha norteadora e uma série de materiais didáticos para que sejam desenvolvidas atividades com os alunos", afirma o doutorando em Ciências Biológicas da UFOP, Rafael Martins. O programa prevê 100 kits pedagógicos, que serão distribuídos nas escolas da região durante as ações de combate ao Aedes Aegypti previstas para novembro. 

Em pesquisa realizada pelo doutorando, orientada pelo professor do curso de Medicina, George Luiz Lins Machado Coelho, entre os meses de janeiro a setembro, 182 casos de dengue foram registrados em Ouro Preto e distritos. 

Mudanças no monitoramento - A Prefeitura Municipal de Ouro Preto realizava o monitoramento de vetores da dengue no município, por meio de uma pesquisa larvária. Porém, essa técnica só contemplava a cidade de Ouro Preto e foi considerada ineficaz quando a densidade vetorial (mosquito) é muito baixa, ou seja, quando a população de um ser vivo capaz de transmitir algum agente infectante é pequena. Com a necessidade de ampliar o monitoramento de vetores da dengue no município e realizar uma pesquisa mais completa e eficaz, os pesquisadores começaram a trabalhar com a coleta de ovos dos mosquitos. 

"Pesquisando na literatura, descobrimos essa outra metodologia de inquérito entomológico que é a pesquisa por meio de armadilhas do tipo ovitrampas, armadilhas para oviposição. A gente simula o ambiente ideal para a fêmea colocar os ovos e depois coletamos esses ovos para contagem. Além disso, essa nova pesquisa entomológica vai contemplar os distritos. Então, foi mesmo para suprir uma lacuna", aponta Rafael Martins. 

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Os kits da campanha de combate ao mosquito serão disponibilizados para as escolas da região

Além da elaboração dos kits, o projeto realiza um estudo para a montagem de um mapa do histórico de distribuição da dengue ao longo dos anos, e desenvolve também uma metodologia para estudar a relação do Aedes com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente, tanto em Ouro Preto quanto nos distritos. 

Formação do comitê - Por meio de uma demanda do governo federal, as instituições de ensino devem desenvolver ações de combate ao Aedes dentro de suas dependências e no seu entorno. Na UFOP, as ações realizadas envolvem a capacitação do pessoal interno para a identificação de focos do mosquito e para se tornarem multiplicadores de informação. Além disso, a Universidade busca promover uma maior interação com a comunidade estudantil, para a conscientização dos universitários das formas de combater o Aedes Aegypti.