Criado por Gabriela Ramos em qua, 14/06/2017 - 11:30 | Editado por Lígia Souza há 7 anos.
A mesa de discussão foi realizada na terça (13), às 19h, no auditório do Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), em Mariana, com a presença do professor do curso de História da UFOP, Marcelo Abreu, e do editor da Revista Fórum, Renato Rovai, e mediação do professor do curso de Jornalismo e integrante do Coletivo, Cláudio Coração.
O tema proposto pelo Coletivo foi escolhido devido à instabilidade política pela qual o país passa, causando a vulnerabilidade e a suscetibilidade da população a censuras, autoritarismos e outras violências.
O debate ocorreu em torno do conceito de Estado de exceção aplicado, evidenciando o cotidiano do brasileiro. “O Estado de exceção está previsto em lei e determina a suspensão temporária de determinados direitos. E deveria ter caráter episódico”, explica Marcelo Abreu. Além disso, o professor discutiu sobre o que chama de “ilimitação dos poderes”, ou seja, a não restrição dos três poderes, que se aproveitam e acabam por reforçar uma hierarquia rígida ordenada por classe, cor, gênero e orientação sexual. “Uma vez que pobres, negros, mulheres e LGBTs são parte da arqueologia da violência brasileira, e por isso são afetados mais facilmente pela violência do Estado de exceção, isto é, o controle de direitos”, completa. Para Abreu, a possível solução para a situação política atual do país é a contestação dessas hierarquias.
Renato Rovai aponta a mídia tradicional como um dos fatores mais importantes no fortalecimento e falsa legitimação do Estado de exceção. “Para ser instaurado, é preciso apoio da mídia”, afirma. Segundo o editor, a mídia tradicional, e principalmente a televisiva, tem grande influência sobre a população, manipulando a informação e a direcionando de acordo com os interesses dos governos neoliberais. Porém, Rovai expõe uma visão positiva destacando a internet, que “começa a concluir novos debates” e passa a contestar o modo como as informações são emitidas na mídia tradicional, apesar de os conglomerados de mídia terem muito mais alcance.
Os atos do Coletivo (R)existir é Preciso são realizados de dois em dois meses e se dão em favor da democracia e da discussão sobre a atual conjuntura política do Brasil, além de buscar o envolvimento das comunidades de Mariana e Ouro Preto para que o debate seja ampliado para além da Universidade.