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Pesquisa mostra como extrato de ipê-branco pode ser usado no tratamento da gota

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Divulgação

Com o fim do inverno, as primeiras flores de ipê-branco começam a florescer. Em média, elas enfeitam as paisagens por quatro dias antes de começar a cair. Oriunda do cerrado mineiro, essa espécie de ipê é comumente usada na ornamentação e em construções. Agora, o uso medicinal também vem sendo pesquisado, e os extratos da árvore podem vir a ser usados no tratamento da gota, doença que causa inflamação nas articulações. 

Em 2012, foi iniciado na UFOP um estudo sobre o ipê-branco (Tabebuia roseoalba), com participação da doutoranda Zilma Schimith Ferraz Filha e de alunos de graduação e pós-graduação da Farmácia, sob a coordenação da professora e pesquisadora Dênia Antunes Saúde Guimarães. A pesquisa teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), do Programa de Auxílio Financeiro ao Pesquisador da UFOP e bolsas do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Três anos depois, a pesquisa apontou que o extrato do ipê-branco tem potencial para o tratamento da gota, mostrando-se uma alternativa natural contra a doença. De acordo com a pesquisadora, "as opções de tratamento (para a gota) são muito restritas. É uma doença que tem uma incidência mundial muito grande. Acomete 2% da população mundial, principalmente homens".

Segundo Dênia, "o ipê-branco despertou interesse justamente por não haver estudos anteriores e pelo uso popular de espécies do gênero Tabebuia para tratar inflamação". 

DOENÇA E PESQUISA - A gota é causada pela elevação do ácido úrico no sangue, que se deposita nas articulações e provoca dor e inflamação. Além disso, o aumento do índice de ácido úrico na corrente sanguínea pode ocasionar outras doenças, como as cardiovasculares. Com base em testes em camundongos, constatou-se que os extratos do ipê-branco reduzem os níveis de ácido úrico no sangue e a inflamação induzida pelo ácido e, consequentemente, a gota.

Segundo a pesquisadora, essa é a primeira etapa do processo para que o ipê-branco se torne matéria-prima para medicamento fitoterápico. "Inicialmente, o extrato do ipê-branco não demonstrou ser tóxico, mas ainda é necessário pesquisar sua ação para verificar se há toxicidade", explica.

Os testes clínicos só iniciarão após a confirmação de que o extrato não seja tóxico. "É um processo longo de desenvolvimento até realmente podermos afirmar que esse extrato pode ser usado como matéria-prima para medicamento fitoterápico", conclui Dênia. 

 

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Equipe coordenada pela professora Dênia (segunda da direita para a esquerda)