Criado por Lethícia Bueno em qua, 23/08/2017 - 10:25 | Editado por Patrícia Pereira há 7 anos.
Ana Paula é professora de Matemática e explica que o projeto surgiu com o objetivo de ensinar Estatística para as quatro turmas de 8º ano da escola, de maneira que os alunos pudessem se identificar com a matéria e produzir conteúdo. A partir da visita da professora Kerley à EMAAQ, em junho deste ano — quando foram debatidos com os alunos temas como turismo, patrimônio cultural, artístico e ambiental de Itabirito e região —, firmou-se uma parceria entre as duas professoras para a organização da visita à Universidade.
A metodologia aplicada ao projeto foi a do NEPSO (Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião) que consiste, segundo Ana Paula, em estudar sobre um tema de interesse, montar questionários e ir a campo aplicá-los em entrevistas. No projeto “Interfaces com a matemática: o turismo pedagógico na escola”, a proposta dos questionários era que cada turma pesquisasse temas voltados ao turismo, como intercâmbio, turismo municipal e até o Julifest, festa tradicional de Itabirito. A partir daí, eles identificaram números, cruzaram dados e montaram gráficos, que foram feitos a mão pelos próprios alunos. “Eu gostei dos resultados pelo envolvimento deles, porque nós temos alunos que têm dificuldade na matemática e até em falar. Então, eles se identificaram com essa atividade”, comenta Ana Paula.
Para os alunos Taynã, 14 anos, e Pietra, 13, o trabalho foi uma oportunidade de conhecer mais sobre onde vivem. “Muita gente não sabia como fazer turismo dentro da nossa própria cidade, visitar um local histórico, um ponto turístico”, explica Taynã. Segundo Pietra, o que se destacou no projeto foi a possibilidade de identificar as diferentes opiniões dos entrevistados sobre o assunto. Somente na sala dos dois, foram realizadas 116 entrevistas. Ao fim do trabalho, houve consenso entre os estudantes das diferentes turmas: “turismo não é só o ato de viajar”.
De acordo com a professora Kerley Alves, o projeto de Ana Paula é voltado para a Pesquisa de Demanda Turística e trabalha com a apropriação dos espaços coletivos e individuais. “Pela via do turismo, a matemática ficou mais palatável para eles, além da valorização da própria cidade e de seus atrativos”, comenta. Kerley, que trabalha com turismo pedagógico desde 2010, acredita que a vinda dos alunos para conhecer a UFOP e apresentar os resultados do projeto incentiva a continuidade dos estudos e o aprendizado. Já para Ana Paula, o intuito do trabalho é despertar os talentos que, muitas vezes, não têm referências e oportunidades para se destacar.