O evento, que aconteceu na tarde de sábado (16), no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), apresentou diversos trabalhos e empreendimentos produzidos por mulheres e para mulheres, aproveitando as celebrações do mês de março, internacionalmente considerado o Mês da Mulher. Parte da programação englobou a saúde da mulher, oficinas de produção orgânica para agricultura familiar — em que parte significativa do trabalho é desenvolvido pelas mulheres — e exposições artísticas.
O Campus Aberto teve como objetivo "a ocupação política do espaço público da Universidade", comentou o coordenador do Centro de Extensão de Mariana (Cemar), Thiago Caldeira. "Combinar o evento com o início do semestre letivo e com a recepção dos calouros foi importante, pois mostra o que fazemos e a importância do papel da Universidade dentro da comunidade", completou a vice-coordenadora do Cemar, Mônica Gama.
ÂMBAR – O
Programa Âmbar: desafios e ações em saúde da mulher agrega os projetos que envolvem saúde da mulher na Universidade. No Campus Aberto, promoveu à comunidade uma exposição e atividades lúdicas sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Desde 2012, o projeto é o único responsável pela avaliação e coleta de material das pacientes de Unidades Básicas de Saúde do SUS em Ouro Preto. A partir deste ano, assumiu responsabilidade também pelo município de Mariana.
MULHERIDADES – A exposição do Coletivo Colares (LGBTQIA+) reuniu projetos de alunos da UFOP produzidos ou protagonizados por mulheres. Entre eles, ensaios fotográficos, documentários e poesias. Como explicou Gabriel Lage, responsável pela comunicação do Coletivo, o objetivo foi buscar a diversidade dentro da temática "mulheres" para "explorar diversas formas de mulheridades".
BIBLIOTERAPIA – O projeto trabalhou a literatura como ferramenta de troca de experiências para o desenvolvimento pessoal. A escritora e ex-aluna do curso de Letras da UFOP Andreia Donadon Leal discursou sobre a "importância da leitura e da boa literatura, boa para cada um", ou seja, respeitando a subjetividade individual.
PANCs – Três minicursos sobre plantas alimentícias não convencionais (Pancs) foram ministrados por um grupo de pesquisadoras da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). No primeiro, foram identificadas as espécies encontradas na Região dos Inconfidentes, assim como as épocas de disponibilidade dessas plantas. Os outros dois trataram do cultivo doméstico, além de práticas para desidratação e conservação.
Outro destaque foi a ação do Instituto de Defesa do Direito dos Animais (IDDA). Atuante nas cidades de Ouro Preto e Mariana, a ONG cuida do processo de adoção de cães e gatos encontrados em situações de rua. Os animais são tratados, vermifugados e castrados para encontrarem um lar definitivo. "Os tutores devem assinar um formulário com telefone e endereço, ficam cientes de todas as vacinas que o pet deve tomar. Após a adoção, acompanhamos o tempo de integração ao novo lar. Meu número fica disponível 24h por dia", brincou a presidente da ONG IDDA, Luciana Salles.
As práticas de esporte também fizeram parte da programação. Na quadra do ICHS, o público presente pôde participar de uma aula experimental de crossfit ao ar livre e assistir aos jogos do Campeonato Relâmpago de Futsal Feminino e Masculino da Atlética Primaz. As apresentações de música e dança garantiram a trilha sonora do evento. O grupo marianense Capoeira Oxalufã apresentou a Capoeira de Angola, e a dança sincronizada ficou a cargo da Cia Entre No Ritmo. Por fim, o Grupo Bença Valentim se apresentou com o número "Memórias e Musicalidade Percussivas Africanas".