O encontro promovido nesta segunda-feira (29) foi o terceiro do semestre letivo e integrou os calouros convocados em todas as chamadas do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Para a coordenadora e pedagoga do Núcleo de Educação Inclusiva (NEI), Adriene Santanna, além da troca de experiências com os veteranos, o contato continuado é essencial para assegurar a esses alunos que "existe um trabalho Institucional de apoio e atendimento às demandas específicas da educação superior".
Integrantes do projeto Diálogo sobre Inclusão na UFOP, do Programa de Incentivo à Diversidade e Convivência (Pidic), as alunas Cintia Rita Soares de Freitas, do curso de Jornalismo, e Cleyfane Laís de Moraes, do curso de Administração, orientaram a discussão sobre a luta das pessoas com deficiência no acesso aos espaços públicos. Com foco na deficiência visual e no autismo, a discussão abrangeu também a importância histórica das datas celebrativas de abril: Dia Mundial da Conscientização do Autismo (2), Dia Nacional do Sistema Braille (8), Dia Nacional da Educação de Surdos (23) e Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (24).
Cleyfane possui deficiência auditiva moderada em ambos os ouvidos. Ela reforça a importância das palestras, campanhas e oficinas para a conscientização sobre os variados tipos de deficiências e necessidades educacionais específicas existentes: "Já foram estabelecidos os temas e datas dos próximos encontros, estudamos agora formas de divulgação para engajamento da comunidade acadêmica".
NOVO PERFIL – A reserva de vagas para alunos com deficiência, aprovada por decreto publicado em 20 de abril de 2017, passou a vigorar para alunos egressos no processo seletivo 2017.2. Para Adriene Santanna, o decreto é essencial para entender a mudança no perfil desses alunos dentro da UFOP: "Recebíamos diversos alunos com o que chamamos de deficiências leves, as mais comuns como baixa visão e deficiência auditiva, além dos transtornos de aprendizagem, como déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e dislexia. Porém, a partir de 2017, a Universidade passou a receber alunos com paralisia cerebral, deficiência intelectual e aqueles que apresentam níveis elevados de autismo, um público que não conseguia acesso ao espaço da universidade pública por uma cultura de exclusão".
RECEPÇÃO – A UFOP possui um núcleo de intérpretes de Libras especializados na surdo-cegueira. Adriene explica que "essa é uma deficiência multissensorial, que exige atendimento diferente daquele destinado à pessoa cega ou à pessoa surda. Tentamos nos preparar com concursos e processos seletivos isolados, buscando atender a demanda complexa do contexto das ações afirmativas". A coordenadora conta que no ano passado o NEI conseguiu a contratação de um revisor Braille, porém, as atividades desses profissionais não ficam estritas às ações do Núcleo de Educação Inclusiva. Ela elucida que os docentes dos cursos de graduação também recebem orientações específicas para entender as demandas do novo público discente da Universidade. "Entramos em contato com os colegiados e já agendamos reuniões com os professores para pensarmos, juntos, estratégias para mediar o conhecimento aos estudantes", finalizou.