Os novos alunos da UFOP passaram pelo Campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, para fazer a confirmação presencial de matrícula no último sábado (8). Foram realizadas 739 matrículas, representando 56% do total de 1319 vagas ofertadas para o primeiro semestre de 2020.
A reação dos novos estudantes pode ser resumida em apenas uma palavra: felicidade. Os candidatos da primeira chamada já fizeram suas matrículas e agora aguardam ansiosos pelo início das aulas. Aparecida Miriam Barbara de Faria, de 51 anos, acredita que, para ela, entrar na faculdade é diferente, pela idade e por ser de Ouro Preto. "Eu estudei no Instituto Federal e, como venho de uma família muito simples, ia e voltava a pé e sempre passava pela UFOP. Eu sempre pensava 'nossa, que vontade de estudar aqui', achava uma coisa de outro mundo. Então é um resgate de sonhos e de interesses e eu acabei de realizar o meu", comenta sorrindo. A estudante sempre amou dança e decidiu, com apoio do marido e de seus dois filhos já adultos, cursar Artes Cênicas para ter melhores condições de organizar seu grupo de dança, formado na casa espírita que frequenta.
Apesar da percepção de Aparecida e de outras pessoas de que a UFOP tem poucos alunos nativos e muitos de outras regiões, a Universidade recebe cada vez mais estudantes da comunidade de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade. Entre os que se matricularam no sábado, 86% são de Minas Gerais, sendo 47% deles moradores das cidades-sede ou de localidades próximas aos campi da Instituição.
Os dados também mostram que 60% dos matriculados vieram de escolas públicas, como Jessy Guimarães, de 21 anos, que também é de Ouro Preto e fez o ensino médio na Escola Estadual Dom Pedro II. O calouro, aprovado no curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, não conseguia conter a felicidade. "Assim que saiu o resultado não caiu a ficha, no segundo dia conversei com a minha mãe e caiu a realidade. Gritei, comecei a gritar e pular dentro do quarto. Foi uma emoção contagiante", conta ele, que também tentou entrar na Universidade em 2017 e 2018.
Raquel Cordeiro, de 40 anos, veio de Itabirito e também vai iniciar o curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos neste semestre. Essa é a sua terceira graduação. "A universidade me dá vida, oxigena o cérebro, você convive com outras pessoas, de todas as idades, vários nichos da sociedade... Se você só está em casa, vendo televisão, você se perde, você só vê um viés e esquece de ver um todo. A universidade é uma vida, não é à toa que é uma comunidade acadêmica, isso aqui é importante demais", enfatiza.
Mas nem todos os calouros são da região. Vários cursos da UFOP são referência no Brasil e atraem pessoas de todo o país, como a Engenharia de Minas, que chamou a atenção de Rafael Cabral, de 17 anos. Ele veio de Salvador (Bahia) para estudar em Ouro Preto. "Estava confiante, mas ainda não estou acreditando", diz o estudante sobre a sensação de ter sido aprovado no curso.
INCLUSÃO - Nos últimos anos, a UFOP buscou promover ações que aumentassem a diversidade e a inclusão dentro da Universidade. Raniere Patrick Sena Bueno, de 19 anos, é um dos candidatos que entraram pela reserva de vagas para pessoas com deficiência. Satisfeito, o estudante conta que passar na Universidade era uma de suas prioridades, e também acredita que pode "até passar por desafios, mas nada que não possa ser superado".
Vale lembrar que são previstas, no total, nove chamadas e três confirmações presenciais de matrícula. Quem ainda está aguardando para entrar na UFOP neste semestre deve acompanhar o
cronograma.