O Laboratório de Análise Experimental e Simulação de Sistemas (Laess) do curso de Engenharia Mecânica da UFOP começa a produzir protetores faciais para serem usados por profissionais de saúde envolvidos no atendimento de pessoas suspeitas ou contaminadas com o novo coronavírus. O equipamento de proteção é composto de duas partes: um suporte, confeccionado em impressora 3D, e uma placa de acetato para proteção do rosto, que tem o suporte como base.
Os primeiros protótipos foram produzidos e testados pelos profissionais que atuam no Centro de Saúde e no Laboratório Piloto de Análises Clínicas da UFOP (Lapac). O material também será destinado ao Hospital de Campanha, montado na antiga fábrica de tecidos de Ouro Preto, à Santa Casa da Misericórdia e a outras instituições e cidades. O engenheiro do trabalho do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass), Uáscar Pereira Quintão, ressalta que "os protótipos são testados e avaliados pela equipe médica e pela área de saúde ocupacional da Universidade, para manter um controle de qualidade e a segurança dos usuários".
O projeto é resultado da articulação do Laess com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, que forneceram o modelo para a impressão. Cada suporte de máscara demora em média duas horas e meia para ser impresso. Para acelerar o processo e evitar paralisações, a equipe foi organizada em turnos.
O coordenador do Laess, Paulo Henrique Vieira Magalhães, explica que existem 100 peças prontas para atender uma demanda inicial de 80 peças. Segundo ele, foi feita a adequação das impressoras para dar mais agilidade ao processo. Paulo Henrique destaca ainda a importância do investimento em pesquisa nas universidades e defende a integração entre todas as áreas. "Nenhuma área sobrevive sozinha. As outras áreas necessitam de equipamentos e quem produz equipamentos são os engenheiros. Mas, agora, estamos todos juntos para produzir algo melhor para a humanidade, infelizmente em uma pandemia", acrescenta.
Para a reitora Cláudia Marliére, as universidades públicas sempre estiveram na linha de frente da pesquisa brasileira e, mesmo com o contingenciamento orçamentário, se faz presente neste momento crítico de pandemia. Segundo ela, os esforços da UFOP nessa direção demonstram que nossos pesquisadores estão atuantes e solidários nas ações públicas que visam combater a expansão da pandemia em curso.
OUTROS PROJETOS – Está em estudo a produção de ventiladores alternativos, também com peças impressas em 3D, devido à escassez desses equipamentos nos postos de atendimento.
INDICAÇÕES DE USO - Os criadores do protótipo da UFSC esclarecem que os protetores faciais devem ser usados, preferencialmente de forma individual, sempre que houver risco de exposição do profissional a secreções corporais, sangue e excreções, e também nos casos de procedimentos que produzam aerossol e/ou gotículas. Apesar decobrir a face e as laterais do rosto, o protetor facial não substitui os óculos de proteção.