Conferência aborda as vivências das mulheres dentro da universidade

Com o tema "Trajetórias de Mulheres na UFOP", a conversa contou com os relatos da reitora da UFOP, Cláudia Marliére, da técnica administrativa em educação Betânia dos Santos, da professora do Departamento de Ciências Biológicas Gabriela Souza e da bacharel em Serviço Social pela UFOP Fernanda Karoline. A conferência, realizada na quarta (1), foi mediada pela professora do Departamento de Museologia Ana Audebert. 

 

Para a reitora, é importante mostrar que as mulheres podem alcançar seus objetivos, apesar dos desafios. "Quero mostrar, principalmente para as mulheres, que podemos alcançar altos cargos de gestão. Precisamos querer e saber que é possível". Cláudia contou as experiências com a educação ao longo da vida, como estudante, professora, pró-reitora e reitora da UFOP. Abordou as dificuldades e as responsabilidades no percurso, a importância de valorizar a saúde mental e como surgiu a identificação com a área administrativa.  

 

Já a servidora Betânia dos Santos mostrou como a educação é transformadora e como as mulheres precisam ocupar mais espaços. "Em 2009, entrei no curso de Museologia e me apaixonei. Foi aí que comecei a entender o que é uma graduação, pois tinha passado toda a minha vida sendo mãe. Hoje entendo que o meu lugar é esse, de não perder as oportunidades. Então se me chamam para participar de algum conselho, comissão, ou qualquer outra coisa que apareça, eu aceito. Porque se a gente, como mulher, não ocupar essa vaga, ou ela fica vazia, ou um homem ocupa. E precisamos da nossa representatividade", afirmou Betânia. 

 

A professora Gabriela Souza falou sobre o caminho que percorreu até conseguir fundar, em 2012, o primeiro laboratório de psicofisiologia da UFOP: "tive apoio de muitas pessoas para conseguir, finalmente, inaugurá-lo e fazer as pesquisas. Em um certo momento, não tinha lugar para meus equipamentos ficarem, pois eu dividia um consultório não muito usado no centro de saúde, mas em 2014 foi feita uma obra e precisei sair de lá. Foi uma época difícil, mas logo consegui um novo local". Hoje, o laboratório, especializado na área que tem por objetivo a busca pelas bases neurofisiológicas do comportamento humano, está no Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (Iceb).

 

MÃES NA UNIVERSIDADE - Gabriela também falou do projeto "Andorinhas" e a importância do suporte para as mães que estão na Universidade: "esse projeto é uma rede de mulheres docentes, discentes, técnicas administrativas, feministas, pesquisadoras e mães de diversos setores dos três campi da UFOP. Nos reunimos desde 16 de julho de 2021 para discutir pautas relacionadas às assimetrias de gênero na atualidade". A professora também falou de alguns projetos desenvolvidos por mulheres da rede, como o grupo de apoio Maternidade e Universidade (ManU). 

 

Fernanda, que é formada em Serviço Social, falou sobre o preconceito que as mães sofrem enquanto universitárias. "Muitas vezes as mães escutam que não vão conseguir chegar à formatura, que precisam escolher entre ser mãe ou estudante, e são questionadas do porquê de os filhos as acompanharem nas salas de aula. A mulher pode ser mãe, estudante, cientista, tudo que quiser, mas é um desafio muito grande ser mulher numa sociedade patriarcal", afirmou.

 

A palestra está disponível no YouTube. 

 

Para saber mais sobre o Encontro de Saberes 2021 e sobre como participar, acesse a programação.