Com início na próxima sexta (1º), o Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade foi lançado nesta quarta (29), no Centro de Artes e Convenções da UFOP. O lançamento contou com a presença da reitora da UFOP, Cláudia Aparecida Marliére de Lima, do pró-reitor de Extensão e Cultura, Marcos Gonçalves Knupp, e da pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura, Gabriela de Lima Gomes, que assume a coordenação geral do Festival este ano. Diante de profissionais de veículos de comunicação locais e regionais, a história e os objetivos do Festival foram reafirmados e foi destacada a importância da realização do evento mesmo com as dificuldades financeiras enfrentadas pela Universidade.
Durante o lançamento, a reitora detalhou como o corte de verbas severo sofrido pela Instituição pôs em risco a própria realização do evento. Segundo Cláudia, para a edição de 2022, houve aporte da UFOP, gerido pela Fundação Gorceix, que garantiu R$ 245 mil, utilizados para logística, pagamento de equipes, artistas, oficineiros, infraestrutura e transporte. Como comparação, em 2015, o Festival teve uma verba de R$ 800 mil e, nos anos anteriores, as quantias eram acima de 1 milhão, por causa da captação de recursos pela Lei Rouanet. Mesmo diante de dificuldades, a reitora afirmou o compromisso em realizar o Festival de Inverno, evento tradicional na região que, em 2022, celebra seus 56 anos de existência.
A coordenadora geral, Gabriela Gomes, destaca o papel social da Universidade, afirmando a missão de atender as populações das três cidades: Ouro Preto, Mariana e João Monlevade. Em seu discurso, explicitou o tema da edição deste ano, declarando que o Festival "estará atento às formas e às maneiras de realizar encontros", buscando os modos de ver, de estar e de se reencontrar com o outro. Ela afirma ainda que "a troca e o diálogo são nossas engrenagens para a educação, para a cultura e para a transformação social". Mantendo uma parceria com as prefeituras municipais das três cidades onde está presente, desde 2004 a UFOP tem no Festival mais uma forma de se aproximar das populações locais, o que se reflete em sua programação e objetivos.
Retorno presencial
O pró-reitor Marcos Knupp destacou a presencialidade como uma característica importante do Festival, motivo pelo qual sua realização foi suspensa nos dois últimos anos. A realização do evento foi pensada concomitantemente ao retorno presencial das atividades acadêmicas da UFOP. Frente às complexidades da pandemia, os protocolos de segurança foram elaborados a partir de debates internos. Ele disse que "não foi uma tarefa simples. Foi uma tarefa altamente complexa, pois sabemos que estamos saindo dos muros da Instituição, onde nós temos, de certa forma, um domínio muito maior para fazer nossos protocolos de segurança internamente", e completou, dizendo que, por ser realizado nas cidades, o evento demanda medidas para manter a segurança sanitária.
Portanto, os cuidados relacionados à pandemia serão mantidos, razão pela qual a programação foi planejada para ser realizada em ambientes abertos. Também será mantida a atenção aos cuidados individuais, como o uso de máscaras. Assim, os encontros poderão ser promovidos de modo a evitar a exposição ao vírus.
Programação formativa
A programação preparada pela UFOP busca fortalecer o papel do Festival como evento de formação, em que, por meio de seminários, oficinas e apresentações de artistas locais, o público possa se aproximar da produção de conhecimento característica do meio acadêmico e entrar em contato com a cultura produzida nas cidades onde o evento acontece. Seu propósito é, portanto, muito distinto da programação preparada pelas prefeituras das três cidades mineiras, responsáveis pela contratação de shows de artistas conhecidos pelo grande público. De acordo com a reitora, "isso é um resgate do que sempre foi o objetivo principal do Festival, que é a formação. Estamos atentos para conseguir atender principalmente os públicos infanto-juvenil e adulto jovem, para que eles comecem a ter habilidades importantes para sua formação em arte e cultura". Cláudia afirma ainda que, com o retorno de uma cultura que remete às origens do evento, a recepção esperada do público é positiva, frente às expectativas de uma programação formativa e as críticas feitas ao Festival por ter se voltado mais aos shows em edições anteriores.
Detalhando a programação anunciada, a coordenadora geral explicou algumas das decisões feitas, como o recorte que privilegia as artes cênicas e a música no edital de seleção lançado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex). A escolha de contemplar as duas áreas foi feita devido ao tom de movimento que tais espetáculos trazem à programação, com a interação maior entre os artistas e o público. Com uma diversidade de artistas, a localidade é valorizada pela curadoria feita por profissionais representativos de cada área, que selecionaram 23 espetáculos (16 musicais e sete cênicos) dentre as 79 propostas recebidas. Outro edital permitiu a seleção de 35 alunos bolsistas, dentre cerca de 200 interessados, cujo papel como força de trabalho para a realização do evento é enfatizado por Gabriela.
O Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade 2022 é uma realização da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em parcerias institucionais com a Prefeitura de Ouro Preto, a Prefeitura de Mariana e a Prefeitura de João Monlevade. As atividades acontecem com apoio da Fundação Gorceix, da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Aliança Francesa, além do Supermercado Farid.
O Festival de Inverno acontece entre 1º e 17 de julho, em Ouro Preto, Mariana e João Monlevade. Informações podem ser encontradas no
site do evento.