A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) celebrou o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha com um evento no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (Icsa). A ação foi realizada pelo projeto Cabelos que Contam, do Programa de Incentivo à Diversidade e Convivência (Pidic), em parceria com a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE).
A programação teve início na tarde de quarta (24), com uma atividade de abertura que contou com a participação da professora da rede estadual no distrito de Antônio Pereira, Patrícia Ramos. Ela falou sobre a valorização da cultura afro-brasileira e o empoderamento das mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
Patrícia afirmou que continuar celebrando a data é fundamental para destacar o papel dessas mulheres na sociedade. "É uma data internacional, então mostra que existe um movimento denunciando as condições que nós mulheres negras estamos vivenciando, mas que também reivindica toda luta histórica de resistência pela sobrevivência das famílias negras".
Juntamente com o bate-papo, foi realizada apresentação artístico-cultural com as artistas Laisse Santos Azevedo, Shiela Costa e Renato Sacramento.
Nesta quinta (25) ainda acontecem rodas de conversa e oficinas no campus Morro do Cruzeiro. Confira a programação completa do evento.
A DATA - O dia 25 de julho de 1992 foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) um marco da mobilização das mulheres negras na América Latina e no Caribe por causa do Encontro de Mulheres Afrodescendentes realizado nessa data na República Dominicana. Na ocasião, 300 mulheres se encontraram como representantes de 32 países da América Latina. A iniciativa de ter um dia para marcar essa mobilização visa fortalecer a resistência e as lutas cotidianas das mulheres latino-americanas e caribenhas.
No Brasil, desde 2014, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra também é celebrado em 25 de julho. Tereza foi uma mulher que viveu no século 18 e foi colocada em condição de escravidão em uma região que hoje estaria dentro do estado do Mato Grosso, perto do Pantanal brasileiro. Após o assassinato do marido, João Piolho, por soldados do Estado brasileiro, ela assumiu o papel de líder do Quilombo de Quariterê (ou Quilombo Grande). A comunidade tinha cerca de 100 pessoas de origem indígena e negra e, sob sua liderança, conseguiu resistir à invasão e à escravidão por 20 anos.
A imagem que publicamos com esta notícia é do pintor e gravurista suíço Félix Edouard Vallotton, comumente associada a Tereza de Benguela.