Dirigido pelo professor do Departamento de Jornalismo (Dejor) Adriano Medeiros da Rocha, o filme de ficção "Conexões" foi desenvolvido por meio do projeto WebCINE TV UFOP, com auxílio do Programa de Incentivo à Diversidade e Convivência (Pidic). O lançamento oficial, que será aberto ao público, acontece em 21 de agosto, às 19h, no Cine Vila Rica – Anexo do Museu da Inconfidência.
Essa é mais uma da série de ações e produções do "Movimento UFOP é cinema", que busca constituir um bacharelado em Cinema e Audiovisual na Universidade. Para acompanhar as etapas do projeto, basta acessar o perfil do Instagram.
Todas as filmagens da obra foram realizadas na área do Parque Estadual do Itacolomi, em 2024, e contaram com a participação de estudantes do curso de Jornalismo. A partir do apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), a equipe conseguiu autorização especial para montar uma base cinematográfica e ficar imersa na área do parque durante seis dias ininterruptos de filmagens.
Entre os desafios enfrentados, de acordo com os envolvidos, estavam os deslocamentos e a alimentação. A equipe precisou efetivar um planejamento minucioso para vencer as longas caminhadas, muitas vezes em terrenos acidentados, até as locações, assim como desenvolver um cardápio nutricional alternativo a fim de viabilizar os deslocamentos diários.
Para o ator Wilton Araújo, que interpretou o avô Nicolau, a experiência foi marcante. Ele menciona que não fazia ideia da dimensão deste enredo que o levaria a algo tão belo e desconhecido como foi a jornada ao Pico do Itacolomi: “Jovens estudantes universitários dispostos a enfrentar todos os percalços para a realização de uma produção singular. O tema do relacionamento do homem com a natureza e o lado íntimo pessoal do avô e seu neto que há muito não se encontravam são (re)conexões importantíssimas nos dias atuais. Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, foi uma aventura emocionante, que ficará registrada em nossas vidas para sempre ", enfatiza.
SINOPSE: Conexões estabelece aproximação direta a questões ambientais, humanas e sociais. A história retrata um fragmento da vida do septuagenário Nicolau (interpretado por Wilton Araújo). O idoso mora em uma região rural isolada - de terras altas - e possui uma relação muito próxima e respeitosa com a natureza. Mesmo tendo sido abandonado pelo filho, que foi procurar outro estilo de vida em uma metrópole, em um ato de resistência, ele opta por permanecer ali. Dessa forma, os conceitos de território e territorialidade são importantes dentro do filme. Nicolau vive inspirado em sociedades indígenas, onde o fundamental é o sentimento de identidade e proximidade com a Terra-Mãe, tornando-se um tipo de guardião da natureza. De forma contrastante àquela paisagem de contemplação e harmonia, seu neto Jonathan (interpretado por Luan Ramos Alves) vem passar alguns dias com o avô e promove novos movimentos dentro da trama. Sua presença traz dicotomias como ruralidade versos espaço urbano, tradição versus modernidade, bem como a visualização de caminhos de aculturação, ligados à radicalização de formas de vida da população global. No filme, a natureza representa um terceiro e místico personagem. Na medida em que Jonathan retoma suas memórias de infância e integração com ela, também vai, gradualmente, também se reaproximando do avô, até revelar a ele um importante segredo guardado há anos.