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UFOP é sede do VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) da Região Sudeste

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Flávio Reis
Imagem de um painel com quatro pessoas. À esquerda, mulher negra de cabelo volumoso e roupas escuras, fala ao microfone. Ao centro, homem com cabelo grisalho e camisa escura. À direita, mulher negra com cabelo curto e homem negro com camisa clara.
O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFOP, em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN), realizou, entre 25 e 27 de setembro, em Ouro Preto, o VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) da Região Sudeste (VI Copene Sudeste), que teve como tema central "Precioso Ouro Negro: educação, ações afirmativas e combate ao racismo". O evento reuniu pesquisadoras(es), professoras(es), gestoras(es), estudantes e ativistas do movimento negro de diversas regiões do país.
 
A mesa de abertura contou com a presença da vice-reitora, Roberta Froes; do presidente da ABPN, Adilson Santos; do coordenador do VI Copene Sudeste e do Neabi, Clézio Gonçalves; e o diretor-geral do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ouro Preto, Reginato Santos. Também estiveram presentes na abertura representantes das prefeituras de Mariana e Ouro Preto. 
 
O congresso marcou os 20 anos da mudança da bandeira de Ouro Preto, que carregava o símbolo racista "proetiosum tamen nigrum" (precioso mesmo que preto) e, através das lutas do Movimento Negro de Ouro Preto, foi alterado para "proetiosum aurum nigrum" (precioso ouro negro), em 2005. A escolha do local do evento foi motivada pelo saber ancestral, pelas vivências e pelas memórias da cultura e tecnologia da população negra da cidade. 
 
A programação foi composta por conferências, simpósios temáticos, minicursos, oficinas e atividades culturais, como exibição de filmes, exposições, lançamentos de livros e a caminhada afrocentrada. O coordenador do evento e do Neabi, Clézio Gonçalves, destacou a influência de Ouro Preto na história e na vivência do povo negro: "Esse aquilombar, trazer o congresso que destaca pesquisas e culturas para uma cidade que muitas vezes não se reconhece como negra, é muito simbólico".
 

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Flávio Reis
Mulher negra sorridente, vestida com roupa tradicional branca de matriz africana, com turbante, colares e pulseiras. Ela está em pé, em ambiente interno, com um projetor ao fundo exibindo logotipos.
Bárbara Ribeiro apresenta a pesquisa Macumbotânica
 
 
Durante o congresso, no Salão Diamantina do Centro de Artes e Convenções da UFOP, aconteceu a feira preta, com a participação de artesãos e produtores locais que comercializaram produtos ligados à cultura negra e afro-brasileira. Entre os feirantes estavam a Associação das Senhoras Artesãs (ASA), a editora Mazza, focada em obras com temáticas étnico-raciais, e a Associação das Artesãs Mulheres em Ação.
 
A artesã Maria do Carmo, da Associação das Artesãs Mulheres em Ação, ressaltou a importância da feira para a valorização dos trabalhos artesanais: "quando a pessoa compra alguma peça, deixa o artesão feliz devido ao carinho e dedicação que nosso trabalho demanda". Já a artesã Bruna Maria, ao avaliar a participação dos feirantes no Copene, reforçou a ideia da economia popular solidária: "essa feira surgiu a partir da organização coletiva dos artesãos da cidade, e estar aqui nesse evento feito por pessoas negras é imensurável".
 
SABERES TRADICIONAIS - A programação do evento buscou discutir e evidenciar a cultura e as pesquisas realizadas pela população negra brasileira. Entre as atividades, aconteceu a mesa-redonda "Saberes Tradicionais de Terreiro e Antirracismo na Academia e na Sociedade em Geral", mediada pelo chefe do Departamento de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas (Deabi), Erisvaldo dos Santos. 
 
A mesa foi composta pelas pesquisadoras Mônica Ribeiro, que apresentou sua pesquisa de mestrado "IAÔ de Folha: liminaridade e noção de pessoa do recém-iniciado no candomblé paulista", e Bárbara Ribeiro, que apresentou sua pesquisa "Macumbotânica: Etnobotânica no Candomblé", ambas da Universidade de São Paulo (USP).  "Essa discussão realizada pelas pesquisadoras sobre os saberes dos terreiros mostra a potencialidade das instituições educacionais, mesmo que racistas e eurocêntricas, na discussão sobre a cultura afro-brasileira e os sabres da população negra", avaliou Erisvaldo dos Santos. 
 
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO - Estiveram presentes no encerramento do evento o reitor da UFOP, Luciano Campos, a vice-reitora, Roberta Froes, o coordenador do VI Copene Sudeste e do Neabi, Clézio Gonçalves, e a secretária nacional de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo, que apresentou os avanços das políticas de igualdade racial e econômica ao longo desses anos. O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, também participou da atividade e aproveitou o momento para agradecer a organização do Copene por realizar o evento na cidade, destacando o nome escolhido para representar o congresso: "Precioso Ouro Negro". Também houve premiações de pôsteres.

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