Ir para o conteúdo

Cine Faísca exibe documentário que mostra realidade local para calouros do Icsa

Twitter icon
Facebook icon
Google icon
Flávio Reis
Imagem mostra estudantes em diálogo o professor Marlon Garcia da Silva. Os alunos estão sentados em cadeiras, uma aluna ao fundo está de pé e segura um celular na mão. Marlon está de costas, com roupa preta e boina. A sala é um espaço amplo e claro.
O projeto exibiu o documentário "CABF em ação — a saga dos atingidos em busca de justiça", na Semana de Integração do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa), em Mariana. O documentário é narrado pelos atingidos do desastre-crime da Barragem de Fundão, de 2015, desde o momento do rompimento até as batalhas das comunidades por justiça social.
 
O coordenador do Cine Faísca, professor Marlon Garcia da Silva, do Departamento de Serviço Social (Desso), destaca a iniciativa como um espaço de reflexão, crítica e cultura para a comunidade. "O projeto tem como objetivo  acender a faísca da consciência crítica da nossa realidade através do cinema. Além das exibições, temos os debates, com uma construção coletiva das reflexões e temáticas emergentes do território, das lutas sociais, e a questão da mineração sempre é muito forte", afirma.
 
O encontro contou com a participação de Letícia Oliveira, coordenadora nacional do  Movimento de Atingidos por Barragens (MAB). Ela contou a história do movimento e falou sobre a organização, a luta dos atingidos e a importância da mobilização social para ter seus direitos assegurados. 
 
Após assistirem ao documentário, os estudantes foram convidados a dizer duas palavras, classificadas em duas categorias, de acordo com a sensação provocadas pelo que viram. Na categoria "raízes" foram elencadas palavras de incômodo com a situação do rompimento e dos atingidos: capitalismo, injustiça, lama tóxica, violação, trauma, invisibilidade e exploração foram algumas delas. A segunda categoria foi "frutos", em que os estudantes disseram palavras que mostram a força dos atingidos frente às adversidades: resiliência, organização, esperança, recomeço, direitos, representatividade e perseverança foram as mais ditas pelo público. 
 
Kathiuça Bertollo, docente do Desso e integrante da Frente Mineira de Lutas das Atingidas e dos Atingidos pela Mineração (FLAMA), reforça a importância do debate sobre a mineração e sua relação com o território ocupado pelos estudantes durante a vida acadêmica. "Esse documentário aproxima o estudante desse território. A Semana de Integração pautou a questão ambiental, fundamental para quem vem de outros estados entender as inúmeras situações particulares e violências que acontecem em decorrência do atual modelo de mineração extrativista". 
 
Ana Ferreira Lima, caloura do curso de Serviço Social vinda de São Paulo, afirma que "esse era um assunto que eu não ouvia muito. Quando era falado, era uma tragédia que ficou no passado. Mas pude perceber que é algo muito presente, que eles estão lutando muito". Já Naiara Silva Viana, caloura sergipana, diz que o documentário lhe possibilitou compreender melhor a situação dos atingidos. "O evento abriu uma nova perspectiva sobre a luta deles", conta.
 
A assessoria técnica independente Cáritas-MG foi representada no debate pelas assistentes sociais formadas pela UFOP,  Roberta Sacramento e Glayce Melo, que trabalham com os atingidos de Paracatu e Bento Rodrigues.  

Veja também

1 Dezembro 2025

Os projetos de extensão Núcleo de Estudos em Cultura Cervejeira (Necerva) e Núcleo de Estudos em Panificação e Empreendedorismo (Nepane),...

Leia mais

28 Novembro 2025

Uma reportagem e uma fotorreportagem sobre a primeira estação de água e esgoto de Ouro Preto produzida por uma aluna...

Leia mais

26 Novembro 2025

A Associação Brasileira de Planetários em conjunto com o Laboratório de Mediação, Ensino de Ciências, Astronomia e Acessibilidade (Labmeca) da...

Leia mais

18 Novembro 2025

O projeto de extensão Cine Faísca, vinculado ao Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão Mineração do Outro, reuniu estudantes, pesquisadores...

Leia mais