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Corpo-território indígena é tema de roda de conversa na Semana de Integração do Icsa

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Regiane Barbosa
Grupo de pessoas sentadas em círculo em uma sala de aula, participando de uma roda de conversa. Alguns usam cocares e adornos indígenas, enquanto outros anotam ou ouvem atentamente.
Como parte da programação da Semana de Integração do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa) foi realizada a roda de conversa "Corpo-território indígena na universidade", com a participação do Coletivo Borum Kren, grupo formado por indígenas da Região dos Inconfidentes. 
 
O encontro teve como objetivo discutir a presença e as vivências de estudantes indígenas em espaços universitários, além de promover reflexões sobre o conceito de "corpo-território" na perspectiva indígena, destacando a conexão entre corpo, identidade e território ancestral.
 

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Carmen Maria Crispim/PET Icsa
Três pessoas sentadas lado a lado em uma sala de aula participam de uma roda de conversa. Duas usam cocares e colares tradicionais, enquanto a pessoa ao centro sorri. Há carteiras escolares e bolsas de tecido penduradas.
Coletivo Borum Kren falam sobre corpo-território indígena na universidade
Os Borum Kren são indígenas originários do Alto Rio das Velhas, em Paraopeba. Eles ocuparam essa região séculos antes da chegada dos bandeirantes paulistas e, após anos de etnocídio e silenciamento, vêm se fortalecendo para retomar e valorizar sua cultura ancestral. Atualmente, há cerca de dez etnias mapeadas na UFOP, entre elas Borum Kren e Pankararu.
 
Para Kathleen Luiza Pankararu, estudante do curso de Serviço Social e integrante do coletivo, a realização desse tipo de atividade é fundamental para ampliar a visibilidade dos povos tradicionais dentro da Universidade: "É muito importante essa participação e a construção de eventos e mesas temáticas que falem sobre povos tradicionais, comunidades quilombolas e indígenas, da região e de fora. Todos os calouros da UFOP deveriam ter acesso a esse conhecimento e saber quais povos estão presentes, para se aproximar e compreender as lutas. Esses movimentos são essenciais para adquirir novos saberes e conhecer a nossa cultura".
 
Emides Cunha, caloura do curso de Serviço Social que veio do Amazonas, também compartilhou sua experiência. "Adorei. Vim de outra região e me senti acolhida pela Universidade. Estar aqui é um sonho. É a minha segunda graduação, um momento de reinvenção. A troca de experiências foi ótima", destacou.
 
O professor e líder indígena Daniel Nioret Borum Kren ressaltou a importância de fortalecer a presença indígena dentro da instituição. "Antes da universidade, já existiam os saberes originários e ancestrais em todos os territórios. Esse evento representa um 'avermelhamento' da universidade. Queremos trazer o rosto do urucum para a UFOP, que está localizada em um território colonial, mas que também avança nessas pautas ao contar com professores indígenas em espaços de fala. É importante que os calouros cheguem reconhecendo essa presença, conhecendo os coletivos e sabendo que há acolhimento e debate aqui dentro", afirmou.
 
Para Luna Rosa Rescaldes, servidora TAE da UFOP, momentos como esse são fundamentais para fortalecer a comunidade indígena na Universidade. "Eventos como o de hoje são valiosos. Tivemos um público interessado em conhecer nossa cultura, e isso é fundamental para a UFOP. Precisamos incentivar que mais atividades como essa aconteçam, para mostrar nossa força e para que os parentes que estão chegando saibam que aqui serão acolhidos e poderão conhecer nossos projetos", pontuou.
 
O cacique Danilo Borum Kren, estudante de História da UFOP, reforçou a importância da participação do coletivo nesses espaços institucionais: "É muito importante participar dos eventos de integração. Assim, todos que estão chegando podem conhecer melhor nossa cultura, nosso trabalho e o acolhimento que oferecemos aos indígenas que ingressam na UFOP. Temos realizado muitas atividades com nossos coletivos".

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