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Entrevista: Chapa 1 - Kátia e Cocota

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Para colaborar com a comunidade acadêmica na escolha dos candidatos à Reitoria na Pesquisa Paritária de 2024 da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a Assessoria de Comunicação Institucional (ACI) realiza uma série de entrevistas com as chapas inscritas no processo de escolha dos gestores que vão ocupar o cargo máximo dentro da Universidade pelos próximos quatro anos.

A ordem de publicação das entrevistas foi decidida por meio de sorteio. A primeira a ter suas respostas publicadas no site da UFOP, nesta terça-feira (10), é a chapa 1, composta pela professora do Centro de Educação Aberta e a Distância (Cead) Kátia Gardênia Henrique da Rocha e pelo professor da Escola de Minas José Alberto Naves Cocota Júnior, que concorrem aos cargos de reitora e vice-reitor, respectivamente.

Conforme regulamento, o conteúdo foi publicado exatamente como enviado pelas chapas. As informações contextuais que as profissionais da ACI julgaram necessário incluir estão entre colchetes.

ACI: Desde 2014, a UFOP e outras instituições federais enfrentam constantes contingenciamentos orçamentários que, em certos momentos, trazem inclusive o risco de paralisação das atividades. Como vocês pretendem enfrentar esse desafio? Como definir as prioridades e um bom planejamento tendo um orçamento cada vez menor?

Chapa 1: O orçamento será o maior desafio para todos os órgãos públicos nos próximos anos, e para a UFOP não será diferente. As demandas e críticas recebidas durante a construção da nossa Carta Programa e ao longo da campanha refletem, de diversas maneiras, nas finanças da Universidade. Por isso, nossa proposta é concentrar esforços em um Planejamento e Gestão Participativos, apoiados em Parcerias Estratégicas Internas e Externas. As Unidades Acadêmicas e Administrativas desempenham um papel crucial na análise das condições atuais, identificação de limitações e potencialidades, e proposição de melhorias. O primeiro passo para uma gestão eficaz em tempos de crise é fortalecer a Universidade internamente, tanto na gestão de pessoas quanto na condução das atividades-meio e atividades-fim.

Para garantir um orçamento eficaz e alinhado com nossas prioridades, focaremos em: a) combater a evasão e aumentar a taxa de diplomação para melhorar nossos indicadores na matriz de Orçamento de Custeio e Capital (OCC); b) fortalecer os programas de pós-graduação para maximizar recursos através de melhor avaliação; c) garantir presença constante e ativa em Brasília, interagindo com Ministérios, Agências de Fomento e o Poder Legislativo; d) priorizar ações preventivas na infraestrutura dos campi, para minimizar as despesas com medidas corretivas; e) intensificar a articulação com a ANDIFES [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior] para fortalecer o orçamento das Universidades Federais.

Na UFOP que desejamos, a gestão participativa será fundamental. Estabelecer uma relação mais próxima e transparente entre unidades e setores é essencial para fortalecer o espírito coletivo, entender nossas limitações e explorar potencialidades. A UFOP possui o capital intelectual necessário para superar desafios e aprimorar seu desempenho. É crucial adotar um processo de escuta ativa e tomar decisões importantes, como a descentralização de recursos, de forma coletiva e participativa.

ACI: Sabe-se que atualmente a UFOP tem um déficit de servidores técnico-administrativos na maioria dos setores e em todos os campi. Como a chapa, se eleita, pretende lidar com este déficit, principalmente nos setores mais estratégicos? Caso o Governo Federal destine mais cargos para as universidades, como será a distribuição dessas vagas nos setores e unidades da Universidade? E se não tivermos mais vagas ainda neste atual governo, a terceirização será a solução?

Chapa 1: A terceirização, embora comum em diversos contextos, inclusive na Administração Pública, representa uma precarização do trabalho e deve ser evitada. Valorizar os servidores efetivos é crucial para manter a integridade e a qualidade dos serviços da Universidade. Reconhecemos, no entanto, a importância dos trabalhadores terceirizados na UFOP e buscaremos sempre formas de melhorar as condições de trabalho para todos.

Nosso objetivo é alinhar a gestão administrativa e acadêmica da UFOP com os pilares do ensino, pesquisa e extensão. Essas atividades são essenciais e complementares, e um mapeamento detalhado das equipes e necessidades é fundamental para alocar recursos de forma eficaz. Implementaremos uma gestão transparente e eficiente, com um estudo detalhado para avaliar a compatibilidade entre Cargos de Direção (CDs) e Funções Gratificadas (FGs) na UFOP em comparação com outras universidades, garantindo que nossa estrutura atenda às reais necessidades da Universidade.

A alocação de novos cargos, se o Governo Federal disponibilizar mais vagas, será feita de forma coletiva. Manteremos um diálogo constante com as unidades acadêmicas e administrativas, bem como com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP (ASSUOP) e a Associação dos Docentes da UFOP (ADUFOP). Este processo de escuta ativa permitirá identificar onde os novos cargos são mais necessários e como contribuirão para a excelência das atividades.

Além disso, daremos atenção especial ao teletrabalho, uma conquista significativa para a Universidade. Garantiremos que essa modalidade seja mantida e aprimorada, oferecendo condições de trabalho flexíveis e eficientes e contribuindo para a retenção de talentos. O teletrabalho representa um avanço na organização do ambiente de trabalho, e estamos comprometidos em assegurar que continue beneficiando todos de forma equilibrada e produtiva.

Nossa gestão enfrentará o déficit de servidores técnico-administrativos, agravado pela extinção e suspensão de provimento de cargos pelo Governo Federal. Trabalharemos decisivamente junto ao governo para negociar a recomposição desses cargos, garantindo que o número de técnicos esteja alinhado ao crescimento da Universidade e às suas necessidades, mantendo a eficiência e o funcionamento adequado da UFOP, sem sobrecarregar o nosso corpo técnico.
 
ACI: No que diz respeito ao bem-estar e à saúde mental da comunidade acadêmica, a UFOP desenvolve ações isoladas e pontuais e algumas campanhas em momentos mais críticos. Qual é o projeto da chapa para as ações de cuidado e acolhimento? Como ele seria executado, caso a chapa seja eleita?

Chapa 1: A saúde e o bem-estar são pilares fundamentais para a UFOP que somos e que desejamos. Nosso projeto visa institucionalizar uma política abrangente de valorização da saúde e qualidade de vida, criando um ambiente acadêmico e comunitário mais humano e acolhedor. A UFOP se tornará uma referência em cuidados com suas (seus) estudantes, docentes e TAEs.

Para alcançar esse objetivo, propomos a criação de um Programa Integrado de Saúde e Bem-Estar, que centralizará e articulará todas as ações relacionadas à saúde mental e qualidade de vida e que já existem na Universidade. Este programa integrará e coordenará iniciativas, facilitando o acesso e promovendo a integração entre as diferentes áreas da Universidade.
Nosso foco será atuar nas causas dos problemas de saúde e bem-estar, e não apenas nos sintomas. Reconhecemos que desafios como o impacto pós-pandêmico, o aumento abusivo dos planos de saúde, a falta de áreas de convívio, a ausência de políticas de acesso à moradia e uma gestão que falha na promoção do diálogo são fatores críticos. Trabalhando para resolver essas causas, pretendemos obter resultados mais efetivos e duradouros.

Para isso, melhoraremos os canais de comunicação para análise, acompanhamento e intervenção em casos de saúde mental. Cada unidade será capacitada para promover ações de bem-estar, com foco em relacionamento interpessoal e acolhimento, fortalecendo o engajamento da comunidade ufopiana. Também investiremos na melhoria da infraestrutura para criar espaços saudáveis e acolhedores. Isso incluirá manutenção preventiva e corretiva, implantação de espaços de convivência, paisagismo, ginástica laboral, incentivo a esportes, e a humanização de espaços através de atividades artísticas e culturais. Fortaleceremos as associações atléticas para promover a integração e o bem-estar.

Além disso, aproveitaremos os diversos projetos inovadores desenvolvidos em ensino, pesquisa e extensão para explorar e replicar boas práticas de cuidado e acolhimento. Nosso compromisso é criar um ambiente no qual a saúde mental e o bem-estar sejam promovidos de forma contínua e integrada, abordando as causas e não apenas os sintomas dos problemas. Acreditamos que uma gestão proativa e bem articulada pode transformar a UFOP em um exemplo de cuidado e acolhimento, garantindo um ambiente acadêmico mais saudável e produtivo para todos.
 
ACI: Os Restaurantes Universitários (RUs) são essenciais para a permanência dos estudantes na Universidade, além de serem amplamente utilizados por servidores técnico-administrativos e docentes. O que a chapa propõe para aprimorar esse serviço e garantir que os estudantes que mais precisam tenham acesso a uma alimentação de qualidade com preço acessível?

Chapa 1: Os Restaurantes Universitários (RUs) são peças-chave na política de assistência estudantil da UFOP, inseridos na Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que abrange também recursos para permanência e moradia. A utilização diária dos RUs por toda a comunidade universitária reforça a importância desses serviços, especialmente no que tange ao apoio aos estudantes mais necessitados.

Nosso compromisso é fortalecer a política de avaliação socioeconômica, já implementada, para identificar e apoiar de forma eficaz as(os) alunas(os) em situação de vulnerabilidade. Com recursos limitados, é crucial que a UFOP conheça detalhadamente a situação de cada estudante. Isso será possível por meio de um processo eficiente de cadastro e avaliação, que nos permitirá buscar alternativas de apoio integral, tanto por meio dos RUs quanto através das ações promovidas pela PRACE [Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis].

Além disso, nosso objetivo é elevar continuamente a qualidade dos serviços dos RUs, com uma abordagem focada em acessibilidade e eficiência. Vamos implementar estratégias para reduzir o preço das refeições, tornando-as mais acessíveis para todos os usuários. Para isso, faremos uma análise detalhada e, se necessário, renegociaremos contratos, melhoraremos a infraestrutura dos RUs e tomaremos medidas que garantam uma alimentação de qualidade a preços justos, otimizando o uso dos recursos provenientes das contribuições das(os) usuárias(os), do PNAES e da Universidade.

Entre os compromissos da Chapa 1 estão: a) a redução dos valores cobrados nas refeições, visando tornar os RUs da UFOP mais acessíveis em comparação com outros do Brasil; b) a fiscalização rigorosa da empresa contratada para garantir a qualidade dos alimentos e a cobertura de toda a demanda; c) a busca por recursos para reformar o REMOP, com o objetivo de restaurar suas condições plenas e retomar seu funcionamento; e, d) o empenho em minimizar a ocorrência de falta de alimentos nos RUs, garantindo um fornecimento contínuo e adequado para toda a comunidade acadêmica.

Além disso, priorizaremos a inclusão de hortaliças produzidas por meio de agricultura familiar local, livre de agrotóxicos, no cardápio dos RUs, promovendo refeições mais saudáveis.
 
ACI: A comunicação institucional é essencial para evitar a desinformação, principalmente quando as redes sociais estão repletas de fake news. Além disso, é papel da Universidade, como instituição pública, mostrar para a comunidade de dentro e, principalmente, de fora da UFOP, os avanços que as nossas pesquisas e ações têm alcançado. Entre os desafios que a comunicação da UFOP encontra atualmente, estão a falta de pessoal e a busca por financiamento para garantir a continuidade das emissoras de caráter público-educativo, que também desempenham um papel importante na comunicação institucional. Como vocês pretendem fortalecer essa área?

Chapa 1: A Diretoria de Comunicação Institucional (DCI) da UFOP desempenha um papel crucial na promoção e na visibilidade das nossas atividades, tanto para a comunidade interna quanto para o público externo. É fundamental reconhecer o trabalho realizado pela DCI e entender que uma comunicação eficaz é essencial para evitar desinformação e fortalecer a imagem da Universidade.

A crescente difusão das redes sociais e o impacto das fake news, potencializados pela inteligência artificial, tornam ainda mais relevante a necessidade de uma DCI forte, que seja capaz de apresentar e defender os avanços e as realizações da UFOP. A comunicação institucional não só é vital para a divulgação das nossas pesquisas e ações extensionistas, mas também para engajar e informar nossas(os) alunas(os), colaboradores e parceiros.

Atualmente, a DCI enfrenta desafios significativos relacionados à falta de pessoal e infraestrutura. Para superar esses obstáculos, nossa proposta inclui a ampliação de convênios e parcerias que permitam o compartilhamento de recursos e a obtenção de financiamento para fortalecer a estrutura existente. Além disso, pretendemos promover a capacitação continuada da equipe da DCI, para garantir que estejam bem equipados para atender às demandas e enfrentar os desafios atuais.

Reconhecemos a importância das emissoras universitárias, como a Rádio UFOP Educativa e a TV UFOP, que são canais essenciais para a integração da comunidade acadêmica e para a promoção das atividades da Universidade. Iremos trabalhar para garantir que essas emissoras continuem a operar de forma eficaz, buscando apoio com outras emissoras públicas e incentivando a colaboração para o compartilhamento de programas e recursos.
Acreditamos que, ao fortalecer a DCI e melhorar a infraestrutura e a equipe envolvida, poderemos alcançar uma comunicação mais eficaz, tempestiva e transparente, que valorize e divulgue adequadamente o trabalho realizado pela UFOP e amplie seu impacto tanto dentro quanto fora da Universidade.

PESQUISA PARITÁRIA - A pesquisa paritária tem o objetivo de conhecer a preferência da comunidade acadêmica da UFOP para a ocupação dos cargos de reitor(a) e vice-reitor(a) na gestão 2025-2029.

O processo de votação será realizado pelo Sistema e-Votação UFOP, com início às 8h do dia 2 de outubro até às 18h do dia 3 de outubro. Poderão votar: estudantes de cursos de graduação e pós-graduação regularmente matriculados(as) ou que se encontrarem nas situações de trancamento, afastamento ou mobilidade nos dias da votação; técnicos(as) administrativos(as) em educação da ativa e aposentados(as); docentes da ativa e aposentados(as), incluindo os(as) participantes do Programa Institucional de Capacitação Docente.

Acesse as cartas-programas dos(as) candidatos(as).

Confira as entrevistas com as outras chapas: 
 


ENTREVISTAS - Além da ACI, a Rádio UFOP e a TV UFOP também realizam entrevistas com os candidatos. O conteúdo da TV vai ser disponibilizado no YouTube e o da Rádio vai ao ar às 17h45, na frequência 97.7 MHz.

Leia o regulamento das entrevistas.

Assista à entrevista com candidatos da chapa 1 na TV UFOP: 

O conteúdo também está disponível no Spotify: