Criado por Marcelo Afonso em seg, 27/04/2020 - 18:53 | Editado por Patrícia Pereira há 4 anos.
Essa é a dúvida de muitos graduandos e futuros estudantes universitários. A quem se destinam as cotas dentro das universidades públicas federais e para que elas servem? Responder a essas e outras questões é o principal objetivo de um projeto de extensão que surgiu para reforçar as informações adequadas sobre as políticas de ações afirmativas, principalmente a Lei de Cotas (lei nº 12.711 de 2012).
Para o pedagogo e coordenador do projeto, Adilson Pereira dos Santos, os estudantes secundaristas das escolas públicas de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade são o principal público-alvo do projeto "Cotas Para Quê(m)?".
Se a Lei de Cotas pretende reparar desigualdades sociais inserindo populações historicamente marginalizadas dentro das universidades públicas, o projeto busca atingir aqueles que são os potenciais beneficiários de tais ações afirmativas. "São estudantes que muitas vezes não sabem de seus direitos e que perdem a oportunidade de ingresso às universidades, pois não têm as devidas orientações", relata Adilson.
É a história de Nayara Mendes, ouro-pretana e bolsista do projeto desde o início deste ano. Ela é estudante do curso de Direito e ingressou na UFOP a partir das ações afirmativas. Ela conta que tentou a prova do Enem por três anos consecutivos, "sem conseguir ocupar a minha vaga até que uma amiga me deu as informações que precisava sobre as possibilidades do SiSU".
A experiência é a mesma para diversos outros estudantes. Nayara lembra que muitos deles nem sabem que têm direito à isenção na inscrição para o Enem. Assim, "o projeto desempenha esse trabalho de base. Visitando as escolas, quando possível, explicando sobre a política de cotas, dizendo quantas são as vagas disponíveis e, acima de tudo, tentando sanar as dúvidas sobre a autodeclaração".
E DURANTE A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS? – As ações não param. Em função do isolamento social indicado pelas principais organizações de saúde brasileiras e internacionais, uma proposta foi enviada para a Pró-Reitoria de Extensão: tentar alcançar estudantes a partir das redes sociais.
A urgência da medida se justifica, primeiramente, pelo início do calendário anual do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o coordenador do projeto, "o passo a passo para o exame começa a ser publicizado agora em mídias tradicionais e on-line. Então, iniciamos as publicações falando sobre a isenção da taxa de inscrição para alunos secundaristas". Adilson relata ainda que, durante as visitas do projeto às escolas, foi constatado que muitos estudantes ainda pagam o valor da taxa de inscrição, "que tem um custo alto para aqueles que se encontram em situação vulnerável. Neste ano, por exemplo, o valor da taxa de inscrição é de R$ 85".
O segundo ponto é referente à abrangência do alcance dos posts. Além do próprio estudante secundarista, "pretendemos alcançar os professores e diretores dessas escolas. Influenciadores que podem contribuir para que esses estudantes continuem sua trajetória em instituições de ensino superior público, gratuito e de qualidade", finaliza o coordenador.
Você pode seguir o "Cotas Para Quê(m)?" no Instagram e compartilhar as informações com amigos. Quem sabe um deles vem estudar na UFOP com a gente?
Assista também ao vídeo sobre os diversos públicos beneficiados pela Lei de Cotas.