Fabrício Igbó
entrevistou Glenn Greenwald, um dos cofundadores do jornal on-line e independente The Intercept Brasil, ao lado das estudantes Ana Laura Rangel e Ana Miranda, sobre a série investigativa Vaza Jato, fake news e as violências sofridas durante o exercício da profissão.
Repórter visual da 28ª edição da revista Curinga, o
dossiê Deslocamentos: resistência, ocupação e escolha, Fabrício recorda a experiência de entrevistar um dos principais nomes do jornalismo brasileiro em 2019. "Estávamos já no Rio de Janeiro quando recebemos a ligação de que ele havia confirmado a entrevista – até então não tínhamos noção da data, horário, ou se aquilo ia rolar mesmo. Quando finalmente nos encontramos, tentamos capturar o máximo de material possível. Aquela seria a nossa única oportunidade e tínhamos apenas uma hora para o relato, as fotos, tudo".
Segundo a professora Michele Tavares, todo o recurso financeiro necessário para viabilizar o deslocamento e estadia em outro estado foi levantado em financiamento coletivo, pois não havia, então, recurso institucional para aquele tipo de produção. "Além de exigir sintonia editorial e fôlego da equipe envolvida, a experiência de entrevistar uma personagem de fora do eixo geográfico do curso se torna, com certeza, um marco para o percurso formativo do ou da estudante em formação profissional", comentou.
"Considerando todo o contexto das reportagens da Vaza Jato, acho que foi muito importante para a Curinga ter conseguido a entrevista com o Glenn. Para mim, que aprendi a gostar do design dentro da Universidade e pude colaborar para a produção visual da matéria e da revista, poder ver meu trabalho consolidado com o prêmio é ainda melhor", afirma Fabrício.
O PRÊMIO - O I Prêmio Neusa Maria, nomeado em homenagem à jornalista e cofundadora do Movimento Negro Unificado (MNU), pretende reconhecer os trabalhos de jornalistas negros, indígenas e trans, profissionais que costumam ficar de fora dos círculos de outras grandes premiações.
REVISTA PREMIADA - Este não foi o primeiro prêmio da edição da revista. Em outubro,
as edições 27 e 28 foram premiadas na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), organizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
Michele avalia que o "reconhecimento é reflexo de uma produção jornalística pautada em responsabilidade, ética e compromisso social, atenta às pautas com recortes de classe, raça e gênero. Para os estudantes, especificamente, o registro da premiação é importante, pois, para além do portfólio, garante a sensação de dever cumprido".