Em um cenário pandêmico agravado pelo uso inadequado das informações, havia hipóteses sobre as percepções, expectativas e perspectivas das categorias que compõem a Universidade Federal de Ouro Preto frente à disseminação da Covid-19. Diante disso, foi realizada a pesquisa: "Percepções e perspectivas da comunidade universitária na pandemia de Covid-19: o que é importante para o retorno presencial?".
A pesquisa foi aplicada por questionário eletrônico, que ficou disponível para toda a comunidade acadêmica entre 23 de novembro de 2020 e 31 de janeiro de 2021. As questões foram respondidas por 1.146 pessoas, sendo 139 docentes, 105 técnicos administrativos e 902 estudantes.
Dos respondentes, a ampla maioria (91,2%) apresentou não ter sido contaminada com a doença e, dos que foram infectados, quase todos (80,2%) tiveram apenas os sintomas de forma branda ou foram assintomáticos. Ninguém respondeu ter sido afetado intensamente com a necessidade de ser hospitalizado, mas 20 (19,8%) foram afetados de maneira intensa sem a necessidade de internação. Essa mensuração também é apresentada com divisões pelos segmentos e pelos campi. Quase a metade (48,3%) dos respondentes indicou ter pessoas próximas que foram infectadas pela Covid-19, inclusive com 20 casos (4%) de falecimentos. O cruzamento entre essas percepções mostra semelhanças entre o que ocorreu com quem respondeu e com as pessoas próximas.
Dos docentes que responderam, dois (1,4%) tiveram a doença na sua forma intensa e outros cinco assintomáticos ou tiveram sintomas de forma branda. 61 (43%) pessoas nessa categoria indicaram fazer parte de algum tipo de grupo de risco. Entre os técnicos administrativos, nenhum contraiu a doença na sua forma intensa, assintomática ou de forma branda. 30 pessoas nessa categoria indicaram fazer parte de algum tipo de grupo de risco. Quanto aos estudantes, 17 tiveram a doença na sua forma intensa e outros 73 assintomáticos ou de forma branda. 227 pessoas nessa categoria indicaram fazer parte de algum tipo de grupo de risco. A maior parte das pessoas que participaram da pesquisa acredita no isolamento social, confia nas medidas protetivas indicadas pela OMS, concorda com as ações de contenção da UFOP, aprova as atividades remotas de estudo/trabalho e considera que a retomada presencial somente deve ocorrer após a vacinação em massa de toda a população.
A pesquisa traz ainda análises sobre os grupos de risco dos respondentes, a convivência com pessoas que possuem comorbidades, os sentimentos vividos durante a pandemia, os estilos de vida, as demandas de apoio, os desafios técnicos, o posicionamento diante das decisões tomadas, a expectativa de retorno das atividades presenciais, entre outros temas.
A expectativa dos organizadores da ação é contribuir com o entendimento que a comunidade acadêmica possui sobre a pandemia e os reflexos que a afetam. "Além disso, esperamos colaborar com o desenvolvimento de atividades acadêmicas e administrativas que venham a minimizar os impactos desse momento conturbado", afirma a coordenadora da pesquisa, Mariza Costa Pena, técnica administrativa da Escola de Medicina (Emed). Também colaboraram Gustavo Meirelles Ribeiro, professor da Emed, Eduardo Bearzoti, professor do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (Iceb), Rondon Marques Rosa, técnico administrativo da Coordenadoria de Comunicação e Víctor Morelli A. Barbosa, aluno de Medicina.