No Dia das Mulheres, o programa de extensão e pesquisa "De mãos dadas com Antônio Pereira" realizou uma ação com o objetivo de acolher, escutar e empoderar os moradores do distrito. A programação do evento contou com a participação dos projetos de extensão Âmbar e Fios da Solidariedade, da Rede Andorinhas e do Rotary Club. As atividades desenvolvidas abordaram temáticas acerca da saúde da mulher, do cuidado com o corpo e incluiram a oferta de oficina de bordado e diversão para as crianças.
O coordenador do programa e professor do Departamento de Medicina, Aisllan Assis, destaca a importância da inauguração do programa nesta data: "É importante dizer que 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, foi a data escolhida para iniciar as atividades do programa. O objetivo é lembrar a luta das mulheres guerreiras de Antônio Pereira". Aislan reforça que essas mulheres compõem o maior grupo do distrito e são, em sua maioria, responsáveis pela gestão do lar e pelo sustento da comunidade. Além disso, buscam reivindicar e denunciar a exploração do território.
Durante todo o dia, aconteceram ações como testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), palestras sobre a saúde da mulher, oficinas, entre outras. A professora da Escola de Farmácia e coordenadora do Projeto Âmbar, Cláudia Martins Carneiro, considera a ação importante para munir as jovens de conhecimentos acerca do cuidado com o corpo. "A gente precisa cuidar de quem está vindo de uma faixa etária mais jovem e que precisa enfrentar essa vida adulta já empoderada, já repleta de conhecimento para saber cuidar do próprio corpo", afirma.
REDE ANDORINHAS: A Rede Andorinhas da UFOP, em parceria com a Ouvidoria Feminina, marcou presença no evento realizando roda de conversa sobre violência de gênero e exposição do filme "A vida imortal de Henrietta Lacks", com debate sobre o câncer do colo de útero. A coordenadora da Rede e professora do Departamento de Ciências Biológicas, Gabriella Souza, contou sobre os desafios de abordar o tema da violência nas conversas: "Eu acho que vai ser um desafio, visto que aqui é um distrito pobre, que tem questões com a violência em relação à mineração. É um tema sensível, então a gente fica abalada ao ouvir outra mulher". A coordenadora ressaltou a presença das mulheres da Ouvidoria, que fazem parte do Departamento de Direito da UFOP e estavam dispostas a sanar todas as dúvidas das participantes.
Marlete Barros, moradora de Antônio Pereira, refletiu sobre a importância de uma roda de conversa que abre espaço para as mulheres compartilharem suas experiências: "Muitas vezes a gente se sente coagida a dar depoimentos, por ter pessoas de fora, mas a partir do momento que vemos que tem profissionais ouvindo nossas demandas e nos orientando, ficamos mais à vontade para estar falando". Marlete acrescentou, ainda, que espera por outros momentos em que as mulheres possam compartilhar suas vivências.