A 17ª Semana Nacional de Letras e o 4º Simpósio Nacional de Pós-graduação em Estudos da Linguagem tiveram sua abertura oficial na manhã desta segunda-feira (24), no auditório G-20 do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS). Com uma programação diversificada, o evento tem o intuito de discutir a inter-relação que, desde sempre, se estabeleceu entre o tempo, o espaço e a linguagem.
Segundo a professora do Departamento de Letras, Soélis Prado e também presidente da comissão organizadora, o encontro começou como Semana de Letras e atualmente se encontra na 17ª edição, ocorrendo de dois em dois anos. Ainda conta que, em 2016, foi criado o Simpósio Nacional de Pós-graduação, com a intenção de fortalecer a parceria entre a graduação e a pós. A partir disso, o evento passa a se chamar Semana Nacional. “Porque, desde o início, sempre recebemos alunos do Brasil inteiro. Não ficando restrito à região dos inconfidentes ou a Belo Horizonte, já que o encontro sempre recebeu pessoas de fora”, explicou Soélis.
A presidente da comissão comemora o número de 413 pessoas inscritas, considerando o período de greve e outras dificuldades. Ela afirma ainda que “a grande importância do evento é a troca de experiências, principalmente das pesquisas, pois pessoas de lugares e realidades diferentes podem expor seus trabalhos”.
Destacou-se também o discurso de boas-vindas do Pró-reitor de Planejamento e Administração da UFOP, Eleonardo Lucas Pereira, que representava a reitora Cláudia Marliére na mesa de abertura. Eleonardo afirma que “eventos desse nível, além do critério e caráter científico que trazem no âmbito do estudo da língua e da linguagem, contribuem para o fortalecimento da democracia e o combate à desinformação, através da troca e democratização do conhecimento.”
A abertura da 17ª Semana Nacional de Letras foi apenas o começo de uma semana repleta de interação e trocas de conhecimentos. Nos próximos três dias, o evento ainda contará com simpósios, oficinas e minicursos, além de mesas redondas, palestras, apresentações culturais e lançamentos de livros.
IMPACTO E INOVAÇÃO - Ao final do dia foi realizada a mesa redonda com o coordenador da área de Letras e Linguística da Capes, José Magalhães, com tema “Impacto e inovação da pesquisa e da pós-graduação na área da Linguística e da Literatura”. A mesa também contou com as participações das professoras Mônica Fernanda Gama e Márcia Marques de Moraes.
O professor José Magalhães apontou que, quando se fala em tecnologia e inovação, a área de linguagens e literatura tem uma autoestima baixa. “Isso acontece devido às pessoas acharem que o setor econômico é sempre ondulado por estatísticas e por números, e não enxergam que quem trabalha com linguagem também movimenta o setor econômico, porque a linguagem perpassa todas essas áreas”, comenta.
O profissional em Letras aproveita para destacar a utilização de um arranjo teórico nas produções acadêmicas com o objetivo de disseminá-las na sociedade, ou seja, isso fará com que a universidade saia dos seus muros e entre em contato com a sociedade. Ele enfatiza que “tem que cobrar aos programas de Pós-graduação o que chamamos de popularização da ciência”. Ele enfatiza que a popularização não diz respeito apenas ao ato de baixar um determinado livro, mas fazer com que as diversas pessoas consigam compreender aquele trabalho e o que os profissionais de letras exercem na pesquisa.