O professor Eli Borges Jr. foi o palestrante do segundo dia do I Seminário de Humanidades Digitais que aconteceu esta semana no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa). Ele é autor do livro "Modo de Existência Algorítmico: da verdade como imagem à imagem como verdade", professor de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Centro Internacional de Pesquisa Atopos (USP/CNPq).
O evento, realizado pelos grupos "Emergências: coletivo de pesquisa, extensão e ativismo em comunicação (UFOP/CNPq)" e "Conjor: Convergência e Jornalismo (CNPq/UFOP)", teve o objetivo de reunir alunos e professores que utilizam métodos digitais em suas pesquisas e fazer um levantamento de trabalhos que utilizam esses métodos. A proposta dos grupos é avançar na criação de um laboratório no Icsa que atenda às pesquisas em humanidades da comunidade acadêmica, além de reconhecer o impacto das tecnologias digitais nas ciências humanas.
A palestra foi mediada pelo professor Frederico Tavares, integrante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) e do Departamento de Jornalismo (Dejor) da UFOP. O livro é resultado das articulações entre comunicação, filosofia e artes. A hipótese fundamental da obra é que a base das tecnologias digitais e dos algoritmos relacionados ao contexto digital está associada ao surgimento de novos modos técnicos de produção de imagens, com novas formas de percepção decorrentes dessas técnicas.
Eli aborda os algoritmos enquanto elementos que impulsionam e definem a circulação das imagens, como princípios fundamentais. Segundo ele, a criação de imagens geradas por algoritmos está relacionada à emergência de um novo paradigma visual, uma nova forma de ver e perceber as imagens. "O livro vai partir dos modos de uma historicização dos modos de percepção de imagens no Ocidente. Com esse percurso histórico-teórico, eu vou descrever o que chamo de formas de ver fundamentais e distintas, ou seja, forma ou paradigma de ver", destaca. Ele explica ainda que a representação emerge com o teatro grego antigo, que surge como uma nova forma de ver e se comportar diante das imagens. O autor também faz referência a obras de Nietzsche.
O evento contou com o apoio do PPGCom, da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proppi).