"Compartilhando saberes, práticas e desafios da docência universitária" foi o tema do Programa Sala Aberta, realizado na semana passada. O programa é um espaço de discussão criado com o objetivo de propiciar trocas de experiências entre docentes que buscam aprimorar a qualidade do ensino, assim como lidar com os desafios da docência universitária, tendo os professores como protagonistas desse diálogo. A iniciativa busca fortalecer a prática pedagógica em diferentes áreas do conhecimento, realizando a integração entre os diferentes cursos da Universidade.
A organizadora do programa, Letícia Cilene Ribeiro Dias, integrante do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), apresentou os convidados, Daniela Caldeira Costa, do Departamento de Ciências Biológicas; Denise Figueiredo Barros do Prado, do Departamento de Jornalismo; Igor Muzzeti, do Departamento de Computação e Sistemas; e o mediador, Gilson Antônio Nunes, do Departamento de Museologia. Todos relataram suas experiências com a metodologia ativa de ensino, processo que visa facilitar a aprendizagem do estudante por meio da construção de conhecimento autônoma e construtiva, proporcionando uma educação crítica e problematizadora da realidade. A metodologia ativa utiliza estratégias que englobam gamificação, sala de aula invertida, aulas práticas e estudos de casos reais. Todo esse processo contribui com a formação do aluno para que ele se torne um bom profissional.
Um dos pontos de destaque da roda de conversa foi como as gerações têm mudado e como, consequentemente, a forma de dar aula tornou-se um desafio para os professores. Após a pandemia, os alunos se adaptaram a outras formas de ensino, que não condizem com as metodologias usadas anteriormente. O modelo expositivo e conteudista, muito utilizado pelos professores, tornou-se maçante para os jovens que têm a seu alcance a tecnologia e o uso de inteligência artificial.
Dessa forma, os docentes tiveram que se adaptar às novas realidades de ensino. Entre os desafios a serem superados foram destacados a desmotivação do docente — que muitas vezes tem pouco tempo e recurso para a inovação —, ambientes institucionais engessados, desigualdades no acesso às tecnologias, entre outros.
A professora Daniela Caldeira relatou que em muitos momentos da aula percebe como os próprios alunos ficam conferindo as informações ditas por ela em ferramentas de inteligência artificial. "Então, baseado nisso tudo, a gente tem que mudar. E nessa perspectiva, eu, que sempre gostei muito desse processo da transformação educativa e de utilização de ferramentas pedagógicas mais diferenciadas, decidi sair da minha zona de conforto", comentou.
A professora Denise Figueiredo falou da importância de esclarecer para os alunos as regras que regem determinada disciplina e de como ela aplica a metodologia ativa através de trabalhos em equipe. "Trabalhar em equipe é aprender a lidar com o outro, com a diferença e com a diversidade. Isso é um conhecimento para a vida que atravessa toda a formação profissional, atravessa a experiência social deles, e eu gosto de pensar a sala de aula em ensino superior como um espaço também de formação nesse sentido, de aprender a confluir com as diferenças e aprender a negociar a produção do conhecimento e a debater para produzir um conhecimento crítico", refletiu.
Para encerrar as apresentações, o professor Igor Muzzetti contou como utilizou a metodologia ativa na sala de aula por meio do projeto TerraLAB, um laboratório de pesquisa e capacitação em software que é uma outra forma de os alunos aprenderem, na prática, o conteúdo trabalhado em sala de aula.