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Ciclo de Seminários de Economia debate reparação e desenvolvimento socioeconômico na Bacia do Rio Doce

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Daniel Castelani
Três pessoas sentadas à mesa. A mulher no centro, de óculos, fala ao microfone. Dois homens, um de cada lado, a escutam.
O XII Ciclo de Seminários de Economia, com o tema "Experiências e alternativas para pensar o desenvolvimento socioeconômico da Bacia do Rio Doce", reuniu professores, estudantes e especialistas para debater como políticas de reparação e investimentos na primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento sustentável da região. O evento foi realizado entre 15 e 16 de outubro, em Mariana.
 
Promovido pelo curso de Economia, o Ciclo de Seminários é um espaço consolidado de diálogo sobre desafios contemporâneos da economia brasileira e suas repercussões locais. Nesta edição, o foco foi a integração entre formação de capital humano, saúde pública e estratégias de reparação socioeconômica, considerando os impactos do rompimento da barragem de Fundão em 2015. 
 
A mesa de abertura contou com a presença da pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Paula Mendonça, do diretor do Icsa, Harrison Ceribeli, do professor e chefe do Departamento de Economia, Chrystian Mendes, e do professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada (PPEA), Victor Delgado, que destacaram a relevância do evento para a região e para a integração entre Universidade, poder público e sociedade. 
 

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Daniel Castelani
Três homens sentados em uma mesa de debate. O homem no centro, de barba e camisa branca, está falando ao microfone. Bandeiras do Brasil e outras estão ao fundo.
Palestrantes do XII Ciclo de Seminários de Economia
 
Entre os palestrantes convidados, Sérgio Rossi, assessor técnico do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, detalhou os avanços e desafios do novo acordo de reparação socioambiental do Rio Doce. Ele explicou que, diferentemente de modelos anteriores, o novo acordo transfere o protagonismo do processo de reparação para o poder público, com as empresas responsáveis pelo desastre arcando financeiramente com a compensação. "A premissa geral estabelecida pelo governo federal é que o poder público deve conduzir o processo, garantindo que os impactos sociais, econômicos e de saúde da população atingida sejam tratados como um direito adquirido, e não apenas como medida compensatória", afirmou.
 
Ainda segundo Rossi, o acordo prevê 170 milhões de reais, incluindo R$ 150 milhões em compensações gerais e R$ 12 milhões específicos para a implementação do Programa Especial de Saúde do Rio Doce, que funcionará como política pública estruturada, planejada para ao menos 15 anos. "A lógica do programa é integrar a ética do cuidado e os princípios do SUS (universalidade, integralidade e equidade) ao processo de reparação, considerando as diferentes realidades dos 49 municípios atingidos", destacou.
 
O antropólogo Leandro Mahalem, pesquisador do Projeto Rio Doce da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou dados do esforço da instituição para identificar e mensurar os danos socioeconômicos provocados pelo rompimento da Barragem de Fundão em 2015. O projeto, vinculado a um acordo firmado em 2017 entre o Ministério Público Federal e do estado de Minas Gerais com as empresas envolvidas, teve como objetivo fornecer suporte técnico-científico para a imposição da reparação integral dos prejuízos. Mahalem explicou que o estudo abrange todas as dimensões da vida da população atingida, incluindo saúde, renda, trabalho, moradia, educação e segurança.
 
O XII Ciclo de Seminários de Economia reafirma o compromisso e o papel da UFOP como espaço de debate e reflexão sobre desenvolvimento regional, políticas públicas e responsabilidade socioambiental. Ao abordar reparação, saúde e pesquisa, o evento apontou caminhos para que ações concretas de desenvolvimento sustentável sejam implementadas na Bacia do Rio Doce e em outras regiões afetadas por desastres ambientais.
 
 

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