Criado por Administrator em seg, 20/10/2014 - 18:17
Ana Elisa Siqueira
Com a temática Evolução humana: aptidão para as atividades físicas ou para o sedentarismo?, o médico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues inicia as atividades do Encontro de Saberes 2014, no dia 19 de novembro, às 10h, no Teatro Ouro Preto do Centro de Artes e Convenções da UFOP.
Para desvendar questões relacionadas à evolução humana, pesquisadores do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG investigam, há alguns anos, o tema. O professor Luiz explica que descobertas da equipe apontam que “os seres humanos foram selecionados para viver em ambientes quentes e secos, como o cerrado em Minas Gerais ou as florestas secas na transição para as savanas africanas”.
O sedentarismo, que atinge atualmente a maior parte da humanidade, está associado à Revolução Industrial e aos avanços tecnológicos. Luiz informa que a nossa espécie é originalmente ativa e apta para as atividades de longa duração, de média e alta intensidade, como as corridas.
O médico, que estuda os vínculos entre exercício e peso corporal, esclarece que “o aumento da obesidade que vem ocorrendo é decorrente da maior disponibilidade de alimentos de alto teor calórico, especialmente os refrigerantes com açúcar, e não do aumento do sedentarismo, que é praticamente semelhante ao do final do século XIX, em termos populacionais”, conclui.
Luiz acredita que prevenir a obesidade é uma tarefa que enfrenta dois grandes adversários: a natureza da preservação da energia ingerida nos alimentos e a natureza da sociedade capitalista de aumentar os lucros.
Para ele, o exercício físico não é o tratamento para obesidade. “A população deveria aumentar a atividade física habitual por motivos de saúde, mas num mecanismo natural, o aumento da atividade física aumenta naturalmente a fome, o que dificulta a realização de uma dieta de diminuição de ingestão calórica - esse sim, - o único método capaz de reduzir a obesidade”, explica.
Outro adversário visto por Luiz são os serviços e produtos, incluindo a indústria alimentícia e farmacêutica, que não pretendem resolver o problema, mas apenas lucrar com ele.