Criado por Administrator em seg, 03/11/2014 - 13:12
Ticiane Alves
O Ciclo Jornalismo e Literatura, do Fórum das Letras, promoveu debate sobre o tema Escritas Ausentes entre os jornalistas Audálio Dantas, Luiza Villaméa e Mário Magalhães, com a mediação da professora do curso de Jornalismo da UFOP Marta Maia. O evento aconteceu na sexta-feira (31), no Grêmio Literário Tristão de Ataíde, em Ouro Preto. Durante o debate, os convidados falaram da importância das práticas jornalísticas para o esclarecimento da história da ditadura militar e também sobre os trabalhos jornalísticos elaborados por eles como forma de resgate e esclarecimento da vida de brasileiros atingidos por esse período.
A conversa foi pautada por questões feitas aos convidados pela professora Marta Maia e também pela abertura para as perguntas da plateia. Luiza Villaméa comentou sobre seu trabalho “Filhos do Brasil”, série de reportagens publicada pela Revista Brasileiros, que tem por finalidade resgatar e narrar histórias dessa etapa de nossa história. Quanto à atividade jornalística no atual contexto de esclarecimento dessa história, Luiza afirmou que “o jornalista tem a obrigação de contá-la”.
Audálio Dantas, autor dos livros “Tempo de reportagem” e “As duas guerras de Vlado Herzog”, falou sobre Vladimir Herzog, acrescentando que recontar a história de brasileiros vítimas da ditadura serve para demonstrar a importância do atual momento em que vivemos. De acordo com Dantas, o debate proposto pelo Fórum das Letras foi consequência da memória dos 50 anos do golpe militar e, especialmente, em função da instituição da Comissão Nacional da Verdade, já que “há muitas ausências ainda não devidamente explicadas”.
O jornalista Mário Magalhães, autor do livro "Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo", narrou sua experiência ao escrever a biografia desse personagem bem como sobre a atividade jornalística da atualidade afirmando: “O que a gente faz é tirar pessoas, fatos, episódios da maldição do silêncio”.