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Câncer é tema de mesa-redonda em Congressos de Nutrição

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Ana Elisa de Siqueira

O II Congresso Nacional de Alimentos e Nutrição e o V Congresso Mineiro de Alimentação e Nutrição, que aconteceu em Ouro Preto entre os dias 31 de março e 4 de abril, apresentarou a mesa-redonda Prevenção, tratamento e assistência nutricional do câncer: desafios e perspectivas. Yung Bruno de Mello Gonzaga, médico hematologista do Inca, esclareceu como a doença se desenvolve e quais os tipos mais comuns de tratamento. Segundo o médico, o câncer é o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo e essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores ou neoplasias, que são o acúmulo de células cancerosas. Um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
 
Em sua fala, o médico destacou, ainda, que o tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, pontuando que existem outras formas de tratamento, porém estas são as mais utilizadas. "Em muitos casos, para obter melhores resultados, é necessário combinar mais de uma modalidade, como a radioterapia que utiliza radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Tanto a cirurgia como a radioterapia tem uma ação local, por isso muitas vezes é necessário combiná-las com a quimioterapia, que é um tratamento feito através de medicamentos que, em sua maioria, são aplicados na veia", explica. "O principal problema da quimioterapia é a toxidade das drogas, além do tratamento agir também nas células saudáveis, causando assim, diversos efeitos colaterais como a perda do cabelo", completa Yung. 
 
O médico ainda falou sobre as causas da doença, que podem ser ocasionadas por fatores variadas, podendo ser externas, relacionadas ao meio ambiente e aos hábitos e estilo de vida, ou internas, com relação ao organismo, geneticamente pré-determinadas, ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. "Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais". 
 
Para falar sobre o assunto Fábio da Silva Gomes, nutricionista do Inca, apresentou hábitos saudáveis para uma estratégia de prevenção. "Alguns alimentos que consumimos tem relação com o surgimento do câncer, como as carnes processadas (salsicha e presunto), carnes preparadas com muito sal, carnes defumadas, churrasco e carnes preparadas em grelhas e frigideiras, além das bebidas açucaradas, como refrigerantes, e alimentos de alta densidade energética, como biscoitos e fast-food", alerta. "O consumo de suplemento sem orientação médica ou nutricional e em excesso, aliado a hábitos alimentares e obesidade, também são fatores de risco", completa. Frutas, verduras e legumes (não-amiláceos), leguminosas e cereais integrais são alimentos aliados na proteção ao câncer. "A amamentação protege a mãe do risco de desenvolver câncer de mama, além de proteger também a criança", explica o nutricionista.
 
A mesa também contou com a presença da ex-aluna da Escola de Nutrição da UFOP, Daiane Cristina Guerra que atualmente é nutricionista do Inca. Ela apresentou como a nutrição pode ajudar no tratamento da doença, que é sua área de atuação no Hospital das Clínicas do Instituto. Daiane destacou que uma equipe multidisciplinar é fundamental na assistência ao paciente, sendo que todos devem trabalhar para manutenção ou recuperação do bem-estar do paciente.
 
Segundo a publicação Estimativa 2014 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), calcula-se a ocorrência de cerca de 580 mil novos casos da doença para 2014. Ao todo estão relacionados na publicação os 19 tipos de câncer mais incidentes, sendo 14 na população masculina e 17 na feminina. O câncer de próstata é o tipo mais frequente entre os homens. Já o de mama é o mais frequente entre as mulheres. Existem formas de prevenir a doença, através dos exames de mamografia e de próstata, com a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), principal meio de prevenção contra o câncer de colo de útero. Pesquisas também indicam que a alimentação pode atuar como fator de proteção a diversas doenças, entre elas o câncer.
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