Criado por Juliana Carvalho em sex, 07/07/2017 - 15:56 | Editado por Revisão de Texto há 7 anos.
A Cade Jr, empresa júnior do curso de administração da UFOP, promoveu na última quinta (7) um dia de homenagens ao professor André Felipe Vieira Colares, assassinado em julho de 2016 em Montes Claros, aos 24 anos de idade, vítima de crime por homofobia.
No estacionamento do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa), em uma mesa com os integrantes do coletivo LGBTTQI da UFOP, Eduardo Viana, Gabriel Conbê, ambos do curso de Jornalismo, e Luiz Gustavo Sales, de Serviço Social, juntamente com o professor David Franco, do departamento de Ciências Administrativas (Decad), debateram com o público presente questões ligadas à luta contra a homofobia. O grupo abordou ainda desde vivências cotidianas até crimes praticados contra a comunidade LGBT+, inclusive dentro da Universidade, discutindo também questões sociais no que tange ao acesso a espaços de debate e à necessidade de expandi-los para a comunidade.
"A LGBTfobia não tem um termômetro para ser medida em graus", afirmou Luiz Gustavo ao referir-se aos tipos de violência sofridos todos os dias, em diversas situações cotidianas. "A opção sexual não tem que afetar na vida cotidiana", disse Gabriel, salientando suas próprias experiências ao longo da vida e no dia a dia.
O professor David expôs também dados que evidenciam que a taxa de homicídios cometidos contra a comunidade LGBT+ vem aumentando desde 2000. Em 2016, foram 346 mortes; em 2010, foram 260 e, em 2000, 130 mortes. Ao final, David traçou questões ligadas ao preconceito mascarado de opinião nos dias de hoje, bem como a necessidade de acabar com os enquadramentos que a sociedade construiu, para que a diversidade não seja encarada como algo negativo.
David tinha uma grande amizade com André, e chegaram a morar na mesma república por um ano e meio, além de terem feito mestrado juntos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Foi um professor brilhante", destacou.
A homenagem também contou com a presença da mãe de André, Joyce, que, emocionada, terminou seu discurso de agradecimento dizendo que sente a alegria que ele viveu aqui: "Então eu fico feliz que ele tenha sido feliz."
Além da mesa, o artista Diego Luiz Ferreira, do curso de Administração, eternizou a figura do professor André no muro do Instituto, por meio de um grafite que o homenageia.
Para a estudante Rosevania Guimarães, também do curso de Administração, o grafite é uma intervenção necessária para que crimes de ódio e homofobia estejam em pauta, além de buscar novas formas para que sejam evitados.