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Consumo de sódio leva nutricionistas a debaterem o assunto

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Ana Elisa Siqueira

O consumo de sódio foi tema de palestra da VI Semana de Estudos em Nutrição na semana passada. A palestra "Redução de sódio nos alimentos: impacto na aceitação sensorial e saúde dos consumidores",  ministrada pela profª Camila Carvalho Menezes, da Escola de Nutrição da UFOP (Enut), levantou dados preocupantes.

Pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde apontam que os brasileiros consomem o dobro do sódio diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A indicação para adultos é o consumo de 2.000 miligramas de sódio por dia (equivalente a 5 gramas de sal). O tema tem sido amplamente discutido, gerando, inclusive, políticas mundiais e nacionais para redução do sódio nos alimentos industrializados e medidas de educação alimentar e nutricional para reduzir o consumo de sal e estimular o consumo de alimentos saudáveis.

A professora explica que o sódio existente nos alimentos (in natura) já seria suficiente para obter os efeitos sensoriais, porém a sociedade se habituou a adicionar sal nas preparações, alterando, assim, o paladar e fazendo com que não percebêssemos o sal já existente nos alimentos.

Segundo o Ministério da Saúde, o alto consumo de sal está relacionado ao maior risco de desenvolver pressão alta, principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, bem como insuficiência renal e outras doenças crônicas não transmissíveis.

Caseiros e industrializados
Dados da Pesquisa do Orçamento Familiar (POF), realizada entre 2008 e 2009, estimam que a principal fonte de consumo de sódio no Brasil vem da utilização do sal de cozinha em preparações feitas em domicílio. A indústria é responsável por 23,8%, porém a mudança dos hábitos alimentares da sociedade, aliada a questões socioeconômicas, mostram uma crescente participação da indústria se comparada a dados anteriores.

Pensando nessas questões e seguindo recomendações da Organização Pan-Americana da Saúde, o Brasil firmou acordos com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), visando a redução das gorduras trans e do sódio nos alimentos industrializados.

Esses acordos representam avanços importantes para saúde pública do país, mas Camila destaca o papel do nutricionista na conscientização do consumidor. Ela acredita que a grande missão desse profissional é educar as pessoas para fazerem escolhas mais saudáveis e aprenderem a analisar as embalagens e rótulos dos alimentos, que muitas vezes confundem os consumidores.