Criado por Administrator em qui, 12/06/2008 - 11:29
No período de 29 a 31 de maio, o Departamento de Engenharia de Minas (Demin) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) participou do Second International Congress Dimension Stones na cidade de Carrara, Itália.
Na ocasião a UFOP apresentou quatro artigos: "Stone masonry in Ouro Preto, Brasil - research and heritage education", “History and restoration of Antonio Dias stone bridge in Ouro Preto", “Italian stoneworkers in América - stonemasonry in Curitiba, Paraná Brasil" e “Litological features and stonemasonry”.
A cidade de Carrara é conhecida em razão do mármore da região que serviu de matéria prima para Michelangelo, Bernini e outros artistas famosos. Este mármore permite um trabalho de grande precisão em razão da granulometria muito fina.
"Stone masonry in Ouro Preto, Brasil - research and heritage education"
Autores: Luciana Maria Góis (aluna de graduação da UFOP) Antonio Liccardo (Universidade Federal do Paraná), Fabiano Gomes da Silva e Carlos Alberto Pereira (DEMIN/UFOP).
O Projeto Oficina de Cantaria vem, ao longo de sete anos, resgatando a arte da cantaria na cidade de Ouro Preto. A atividade, considerada extinta em meados do século XIX, foi retomada pelo mestre de obras, José Raimundo Pereira (Mestre Juca), nos últimos 20 anos. A oficina-escola foi criada com os objetivos de oferecer mão-de-obra qualificada para o restauro de monumentos de cantaria em Ouro Preto, conscientizar a comunidade de seu patrimônio cultural e perpetuar o ofício de canteiro, considerado como patrimônio imaterial. Para isto foi montado um atelier de formação de profissionais dessa técnica, com cursos oferecidos à comunidade ministrados pelo Mestre Juca, considerado o último mestre deste ofício na região. O projeto apresenta como seus resultados mais importantes até o momento a formação de quatro novos artífices, que dão continuidade ao curso após o falecimento de Mestre Juca, a edição do livro "A Arte da Cantaria" em 2007 e o trabalho sistemático de educação patrimonial que está sendo desenvolvido nas escolas do Ensino Fundamental das redes públicas e privadas da cidade, com crianças e adolescentes..
“History and restoration of Antonio Dias stone bridge in Ouro Preto"
Autores: Carlos Alberto Pereira (DEMIN/UFOP), Antonio Liccardo (Universidade Federal do Paraná),), Marcos Tognon (Universidade de Campinas), José Aurelio Medeiros da Luz e Fabiano Gomes da Silva (DEMIN/UFOP).
O projeto Oficina de Cantaria da Universidade Federal de Ouro Preto participou na restauração e manutenção da cantaria da Ponte Antônio Dias em Ouro Preto (Minas Gerais, Brasil), com a equipe formada pelo Mestre Juca e os aprendizes Francisco Bárbara de Oliveira e Celso de Souza Amarante Junior. Esse artigo aborda a experiência de restauração desta ponte colonial e algumas interfaces existentes entre história e restauração e discutir a importância desses monumentos para as sociedades que os criaram, bem como sua utilidade antiga e atual.
“Italian stoneworkers in América - stonemasonry in Curitiba, Paraná Brasil”
Autores: Antonio Liccardo (Universidade Federal do Paraná) e Carlos Alberto Pereira (DEMIN/UFOP).
A técnica da cantaria é uma antiga arte vinda da Europa com portugueses e espanhóis, mas que em Curitiba (cidade do sul do Brasil) se desenvolveu também com a colonização de italianos, fornecendo trabalhos em pedra para calçamentos, muros, chafarizes, marcos e monumentos.
Entre os principais monumentos históricos da cidade como o Marco Zero, o Monumento a Na.Sra. da Luz dos Pinhais, as Ruínas de São Francisco, o Homem Nu e os calçamentos de petit pavé, a pedra foi o material que mais conservou a expressão de um tempo, uma cultura e um ofício, além de revelar informações sobre seu local de origem. A cantaria, descrita e retratada em gravuras dos primeiros viajantes-exploradores europeus (como Debret - século XIX) representa uma importante ligação entre a natureza local e a capacidade de criação do ser humano.
“Litological features and stonemasonry”
Autores: José Aurelio Medeiros da Luz e Carlos Alberto Pereira
(DEMIN/UFOP).
O projeto retrata os aspectos litológicos na utilização de rochas na técnica de cantaria para construção dos monumentos na região de Minas Gerais, chamando atenção para os dois tipos quartzito e quartzo clorita xisto.