Criado por Administrator em qui, 02/10/2014 - 16:56
Carol Antunes
Em ambiente regado à música, o Departamento de Música (Demus) da UFOP se tornou um local de palestra e debate sobre questões etnorraciais. Professora de Letras do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e integrante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), Kassandra Muniz falou sobre “Currículo, descolonialidade e relações etnorraciais: desafios para o campo das licenciaturas”.
Como ação do grupo emergente “Ecos do Passado - Sonoridades Presentes”, o coordenador do grupo, Edilson Vicente de Lima, começou apresentando a convidada, além de explicar que aquela era a segunda palestra do semestre com o objetivo de promover o debate. Kassandra falou sobre seu vínculo com a música e o fato de ela ser algo que tem a ver com a identidade e as relações etnorraciais. “O que é música de neguinho? Blues, jazz, funk. Rock é uma supermúsica de neguinho, mas a sociedade nos excluiu. Vou mostrar uma música de que gosto para vocês, eu não sou especialista, mas basta escutar os primeiros acordes para atribuir uma identidade a ela”, afirma.
A partir dessa introdução sobre música e identidade, Kassandra passou a mostrar slides com citações de alguns autores que basicamente esclarecem que, para se falar de relações etnorraciais, é preciso deslocar o olhar para onde essa questão não é um conteúdo, mas, sim, uma forma de olhar o mundo e a si mesmo. “Precisamos propor que repensemos sobre esse assunto para nos conhecer. As identidades estão inconclusas, não estão prontas. Ninguém é negro da mesma forma. Deve-se colocar colírio na cegueira social e racial para limpar os olhos”, ressalta.
Ao final do encontro, um rápido debate foi promovido sobre a necessidade de novos ângulos para se falar de relações etnoculturais.



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