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Encontro Nacional de Química traz debates sobre o ensino da disciplina

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Júlia Pinheiro 

Entre os dias 19 e 22 de agosto, Ouro Preto sediou  a XVII edição do Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) . Na última quarta-feira (20), a palestra Perfil Conceitual e Ensino de Química, proferida pelos professores Angélica Oliveira de Araújo e José Euzébio Simões Neto,além de abordar temáticas específicas sobre pesquisas científicas, destacou o surgimento de novas concepções a respeito das relações entre a ciência e o ensino no Brasil. 

Ao apresentar a tese O Perfil Conceitual de Calor e sua Utilização por Comunidades Situadas, defendida em fevereiro de 2014, Angélica apontou que "não devemos pensar na ciência como um dogma, pois existem verdades não científicas que também são capazes de acrescentar. E é interessante pensarmos na relação entre a pesquisa e a escola para buscarmos um ensino de química melhor".

Durante a apresentação de trabalhos, os palestrantes mencionaram a importância de professores e pesquisadores buscarem pesquisas e perpassá-las dentro da sala de aula. No debate com o público, foram levantadas questões sobre como lecionar química em escolas e quais são as formas de trazer novos conceitos para discussões dentro das salas de aula. 

O professor de química Alexandre Possato, após assistir à palestra, disse da importância de partilhar conhecimento. "A palestra possibilitou enxergar novas abordagens e formas de conhecimento para conseguirmos ter um ensino de química mais eficaz", pontua.
 
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Professora Angélica durante a palestra - crédito: Túlio dos Anjos 

Utilizar jogos como método de ensino também foi destaque no Eneq

Na última última quinta-feira (21), os palestrantes Márlon Hebert Flora Barbosa Soares e o Eduardo Luiz Dias Cavalcanti abordaram na palestra O Jogo e a Avaliação da Aprendizagem no Ensino de Química as formas e desafios que os professores da área possuem ao lecionar química de maneira dinâmica nas escolas. Marlon afirmou que trabalhar jogos educativos como método de aprendizagem dentro das salas de aula é uma maneira inovadora e eficaz, porém desafiante.

O pesquisador, que também é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), alegou que não basta que os professores evoluam apenas de forma lúdica o método de trabalhar os jogos, mas também devem priorizar as funções educativas e funcionais dos jogos no aprendizado dos alunos.Durante um debate dinâmico com os participantes de diversas instituições de ensino do Brasil, os palestrantes discutiram temas como as dificuldades que o atual sistema de ensino possui e sobre os critérios de avaliação dos professores ao levarem esse método para as salas de aula.

Foram mencionadas experiências individuais dos participantes e de seus respectivos grupos de pesquisa a respeito da criação e implantação de jogos como método de ensino e ambas as partes concluíram que novas ferramentas e instrumentos devem perpassar pelos cursos de formação inicial dos professores para dar continuidade ao estímulo da criatividade e da aprendizagem.

A mestranda em educação Ângela Kraisig, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), afirmou que a palestra trouxe à tona a questão da diversificação dos métodos de ensino. "Utilizar jogos dentro de salas de aula, apesar de fugir dos métodos tradicionais, trabalhá-los como maneiras de aprendizagem nas escolas é importante”, frisa.

O professor de química da rede privada do Rio de Janeiro Carlos da Silva Lopes, ao participar do debate junto aos palestrantes, relatou as formas de como trabalha os jogos com seus alunos. “A ideia surgiu desde a minha graduação, quando eu e um grupo de colegas questionamos um professor sobre os métodos de aprendizagem que usávamos dentro de sala”. Hoje após se formar em química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de ser professor do tradicional colégio carioca Pedro II, Carlos levou a ideia inovadora dos jogos para os seus alunos como forma de “incentivá-los a ter concepções de diversos ângulos da disciplina, pois eles têm em mãos a oportunidade de escolher os temas que querem estudar”.

Eduardo Luiz se mostrou otimista ao tratar a questão da implantação de jogos como método eficaz, dinâmico e inovador nas redes de ensino, porém, não esquece de mencionar a importância de trabalhar a função lúdica junto à educativa. Segundo ele, levar jogos para as salas de aula e capacitar professores para desenvolver essas atividades com os alunos contribui para uma “nova maneira de crescimento das áreas de inovação no aprendizado de química no país”. 

 

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Público durante a palestra dos professores Eduardo e Márlon - crédito: Túlio dos Anjos 

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