A Escola de Educação Física da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) oferece uma série de atividades, e o ensino de lutas conta com um projeto específico. Entre as artes marciais ofertadas, está o jiu-jítsu.
No tatame, onde a prática dos golpes e das quedas visa aprimorar o desempenho do atleta, os alunos descobrem que a arte do jiu-jítsu não traz ganhos apenas para o corpo. "Aqui trabalhamos desde o respeito até a aprender a lidar com diferentes situações e saber escutar os mestres. A questão da arte marcial é de grande utilidade para a vida, pois envolve a construção de valores, não se limitando apenas aos campeonatos", conta Ricardo Oliveira, estudante do curso de Engenharia de Controle e Automação da UFOP. Ricardo começou, no início deste ano, as aulas de jiu-jítsu, uma das modalidades oferecidas pelo Projeto Ensino de Lutas, sob a coordenação do professor Daniel Coelho. Agora, ele está se preparando para representar a UFOP na terceira etapa do campeonato mineiro de jiu-jítsu, que vai acontecer em Muriaé.
Para o instrutor Augusto César Nascimento, estudante de Engenharia Civil e faixa marrom de 1° grau na modalidade, o jiu-jítsu representa mais que uma arte marcial, "é um estilo de vida", afirma. O estudante do curso de Engenharia de Minas Fernando Puperi frequenta o projeto de extensão há dois meses e relatou que a prática aumentou sua qualidade de vida, melhorando sua disposição e concentração, fatores que se apresentam como um desafio para os estudantes, que muitas vezes se veem sobrecarregados.
Além de contribuir para a construção de valores e para a manutenção de uma vida saudável, a prática dessa arte marcial também proporcionou à estudante do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos Luana Nunes conhecimentos em autodefesa. "O jiu-jítsu mudou completamente minha consciência corporal e minha confiança. Me ensinou muito sobre disciplina e estratégia. Além de ser um esporte divertido para mim, ele traz muitos ensinamentos, como a autodefesa, que é de grande importância para muitas mulheres que encontram no esporte a união do preparo físico com a segurança", ressalta. Nesse contexto, o jiu-jítsu surge também como um meio de empoderamento, autoconhecimento e capacitação para lidar com os desafios do dia a dia.
As aulas são oferecidas a toda a comunidade, permitindo que tanto aqueles que estão iniciando na modalidade quanto profissionais experientes possam participar. Tales Oliveira, estudante de licenciatura em Matemática e também instrutor de jiu-jítsu, tem uma abordagem cuidadosa para garantir a integridade física dos alunos. Ele conta que a didática empregada no projeto busca oferecer aos iniciantes um entendimento dos fundamentos básicos da modalidade. Posteriormente, à medida que ganham confiança e habilidade, são gradualmente introduzidos aos aspectos mais avançados da prática. Essa estratégia assegura que a experiência seja inclusiva, permitindo que aqueles sem conhecimento prévio possam participar plenamente das aulas.
O projeto de extensão também proporciona aos alunos a progressão de faixas, que representa para o praticante de artes maciais um aumento do nível de experiência na modalidade. De acordo com Tales, a mudança de faixa dentro do projeto só é realizada para aqueles que iniciaram suas práticas por meio dele. Quanto aos alunos que frequentam as aulas e já possuem vivência no jiu-jítsu por meio de outras academias, a evolução nas faixas ocorre em parceria com seus próprios instrutores.
As aulas são realizadas nos seguintes horários:
- segunda-feira: das 9h às 10h30;
- terça-feira: das 17h às 18h30;
- quarta-feira: das 19h às 20h30;
- quinta-feira: das 9h às 10h30 e das 21h às 22h30;
- sexta-feira: das 19h às 20h30;
- sábado: das 10h às 11h30.