A Universidade Federal de Ouro Preto participa, por meio do Departamento de Estudos Africanos, Afro-brasileiros e Indígenas (Deabi) e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), do V Encontro Nacional da Rede de Irmandades Negras, representada pelos professores Erisvaldo dos Santos e Clézio Gonçalves. A quinta edição do encontro, que está sendo realizado em Ouro Preto - MG, começou ontem, 6, e vai até o dia 9 próximo, tem como tema “Territórios de fé, história, memória e preservação”.
Para o coordenador Geral do Neabi, professor Clézio Gonçalves, as irmandades desempenham um papel crucial na manutenção da identidade cultural e no fortalecimento do sentimento de pertencimento entre seus membros. "As irmandades religiosas negras são fundamentais para a preservação das tradições culturais africanas e para a transmissão desses valores às próximas gerações, por meio de rituais, celebrações e práticas religiosas", afirmou, acrescentando que o evento propicia a reflexão e valorização da memória africana nos espaços religiosos.
PREVIDÊNCIA - O professor Erisvaldo, chefe do Deabi, destacou a importância das irmandades católicas para a população negra brasileira, afirmando que "elas foram a primeira instituição de previdência social para o povo negro." Segundo ele, apoiar este encontro alinha-se aos objetivos do Departamento em relação à manutenção e preservação da resistência negra no Brasil. "É uma oportunidade para o departamento observar como essas experiências estão sendo reinventadas e reinterpretadas, evidenciando a diversidade religiosa negra no país", concluiu.
Celebrado no mês da Consciência Negra, o encontro conta com a participação de mais de 15 irmandades de estados como Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. A sua abertura foi marcada por uma celebração presidida pelo bispo auxiliar de Salvador, Dom Gabriel dos Santos Filho.