Grupo Moinho apresenta pelo Brasil

E nós, que nem sabemos... é uma peça que aborda a solidão do indivíduo e o seu desejo constante – sempre frustrado, sempre renovado – de estabelecer alguma forma de comunicação com o outro. Durante todo o mês de março, as cidades de Belo Horizonte, Curitiba e Ouro Preto receberão o espetáculo do Grupo Moinho – Núcleo de Experimentação Teatral, do qual também fazem parte dois alunos do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Nos dias 04, 05, 14 e 15 as apresentações acontecem em Ouro Preto, 07, 08, e 09, em Belo Horizonte e 27, 28 e 29 em Curitiba.

A direção fica por conta de Maurílio Romão e o elenco é composto pelos atores Eduardo Batista, Mateus Schimith e Sandra Parra. O texto é de criação dos intérpretes e foi construído experimentalmente pelo próprio grupo. Nesse espetáculo não há personagens, embora os atores não exponham em cena suas pessoalidades cotidianas. O princípio trabalhado é o da não-dualidade, da integralidade da presença do ator em cena. A peça, que tem duração de 65 minutos, é produzida pela MultiCultural - Empresa Junior de Artes Cênicas e Música da UFOP.

O espaço cênico da peça compõe-se de um palco circular giratório, dividido por quatro paredes de plástico transparente que são pintadas pelos atores no decorrer da peça, materializando seu isolamento numa prisão sem grades. Assim, com o palco sendo girado em momentos imprevistos, cada espectador verá uma apresentação diferente e terá uma experiência estética e possibilidades de leitura únicas.

A proximidade física com os atores, não sendo nunca invasiva nem constrangedora, coloca os espectadores muito além do voyeurismo, convidando-os a serem cúmplices do desnudamento e do enfrentamento vivido pelos atores em cena.

A tônica da interpretação dos atores, a par da força e da dramaticidade trazidas pelo próprio tema, é marcada por uma certa graça que emerge do próprio ato de desnudar-se, de enxergar a si mesmo no seu confronto com o mundo, com o outro, consigo, sem fazer disso um dramalhão. A dor, a crueldade, a laceração já estão presentes e se fazem sentir, sem que precisemos teatralizá-las. Não se busca despertar piedade ou culpa no espectador; não se espera um julgamento de qualquer ordem. Não há epifania. Apenas o ato de compartilhar universos, entendimentos, sensações. E o riso possível.

Confira mais detalhes da realização do espetáculo durante o mês de março:

04 e 05 - Ouro Preto
20h - Teatro Casa da Opera – Teatro Municipal de Ouro Preto
Entrada gratuita
Realização: Secretaria de Cultura de Ouro Preto.

07, 08 e 09 - Belo Horizonte
Sexta e Sábado às 21h30 e domingo às 20h
Caixa Clara - Rua Geraldo Teixeira da Costa, 141 (atrás do Teatro Alterosa), Floresta, Belo Horizonte.
Ingressos: R$ 10,00 (inteira)
                R$ 5,00 (meia entrada)
(Vendas uma hora antes no espaço, reservas pelo e-mail: grupomoinho@gmail.com)

14 e 15 - Ouro Preto
20h30 - GLTA
Entrada gratuita (distribuição de senhas no espaço)

27, 28 e 29 – Curitiba
27 às 22h
28 às 17h e 22h
29 às 17h e 22h
Espaço Dois - Rua General Carneiro, 814
Ingressos: R$ 10,00 (inteira)
                R$ 5,00 (meia entrada)
(vendas no espaço uma hora antes do espetáculo)

Outros pontos de venda de ingressos no site do  Fringe.