Criado por Administrator em qua, 01/04/2015 - 17:05
Por Agliene Melquiades e Fernando Cássio
Entre os dias 25 e 26 de março, ocorreu no ICHS a Calourada de Letras. Organizado pelo Centro Acadêmico do curso (Chapa Trapiche), o evento teve como objetivo atrair os calouros para pensar os espaços da Universidade, além da sala de aula, e gerar alguma interação maior entre os estudantes do curso. Além de rodas de conversa para esclarecer eventuais dúvidas dos recém-ingressantes, a programação contou com palestras que tinham como tema central os movimentos estudantis e sociais e reformas políticas.
A primeira atividade do evento foi uma roda de conversa com os calouros, onde a chefe do Departamento de Letras (DELET), Leandra Antunes, e o presidente do Colegiado do Curso, Alexandre Agnolon, comentaram sobre as funções que estas áreas (departamento e colegiado) desempenham e responderam aos questionamentos e dúvidas dos estudantes.
Após o diálogo com os membros do DELET e do Colegiado, os alunos veteranos apresentaram as cinco habilitações do curso aos novos ingressantes. Cada um dos cinco estudantes representou a habilitação que escolheu e discorreu sobre suas concepções e percepções, os enfoques de estudo e pesquisa de cada área, as disciplinas e o que precisa ser repensado para uma melhoria constante do ensino.
As habilitações do curso de Letras estão assim divididas: Licenciatura em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa, e Bacharelado em Estudos Linguísticos, Estudos Literários e Tradução. Apesar de as áreas de bacharelado terem um enfoque no campo das pesquisas, o estudante de Licenciatura em Língua Portuguesa, Marcos Vieira, ressalta que a prática também é de grande importância para o profissional que opta pela licenciatura que irá atuar diretamente nas instituições de ensino e é responsável por estimular discussões e transmitir a síntese de novos conhecimentos aos alunos.
Para o estudante do primeiro período de Letras, Luiz Gomes, a Calourada de Letras desempenha o papel esclarecedor do funcionamento do curso aos discentes novatos. "Essas ações são muito importantes. Às vezes entramos numa universidade logo depois do ensino médio e caímos aqui de 'paraquedas'", afirma.
Em continuidade, a semana da Calourada de Letras, organizada pelo Centro Acadêmico (CA) do curso de Letras, ocorreu na última quinta (26), no auditório do ICHS, com a palestra "Reforma política: perspectivas e desafios", comandada pelo professor Marcelo Abreu, do Departamento de História da UFOP. Marcelo comentou sobre a atual situação política do País, sobre as crises institucionais e também deu ênfase ao funcionamento do sistema político no Brasil.
Segundo ele, "as ações políticas são orientadas pelas pesquisas de opinião" e isso faz com que a mídia exerça grande poder sobre os eleitores no momento da votação. Com relação a uma reforma política no País, Marcelo disse ser a favor de uma estruturação mais democrática das atividades parlamentares, algo que pudesse transparecer as ações políticas à sociedade.
Ele ainda discorreu sobre os financiamentos de campanhas eleitorais: "o financiamento empresarial é uma deturpação à democracia", os laços entre poder econômico e instituições político-partidárias favorecem, portanto, as corrupções entre quem faz e quem recebe as doações. "Sou a favor de um financiamento empresarial mais limitado, para que possa haver mais clareza no processo eleitoral", finalizou.
Também na quinta-feira (26) outra palestra, composta pelo professor Marcelo Donizete, do Departamento de Educação da UFOP, e pelos alunos integrantes do CA de Letras, Julia Ruivo e Lucas Oliveira, abordou o tema "A história do Movimento Estudantil e suas projeções". A discussão se baseou no Movimento Estudantil como instância nas mudanças das relações institucionais e como ele abriu novas formas de participação política dos jovens na sociedade.
Para Marcelo Donizete, que já fez parte de um desses movimentos quando era estudante, "participar do Movimento Estudantil foi uma experiência muito positiva, principalmente olhando pelo lado da formação política que ele me proporcionou". Ele ainda ressalta que a compreensão das questões políticas fez com ele começasse a aprender não só a atuar como um sujeito (ser social) na sociedade como também que isso afetou seu lado profissional: o de professor. O fato de ele ter participado do Movimento fez com que sua atuação dentro da sala de aula fosse mais interessante, segundo suas palavras.
Para a aluna Julia Ruivo, do 3º período do curso de Letras, fazer parte do CA de Letras "é uma experiência intensa, a formação humana que o Centro Acadêmico oferece vai além de qualquer desgaste físico ou emocional". Ter contato com instâncias políticas para ela é algo de fundamental importância, "é um micro que reflete um macro", fator que contribui positivamente em sua vida acadêmica.



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