Criado por Administrator em ter, 01/12/2015 - 15:09
Carol Antunes e Danielle Campez
Para fechar o mês de novembro com uma rica troca de conhecimentos e reforçar a importância da internacionalização dentro da Instituição, o Laboratório de Fisiologia Cardiovascular (LFC), com apoio do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas da UFOP, realizou o II Symposium Brain Origins of Diseases. O evento, com ênfase em distúrbios cerebrais relacionados à ansiedade, estresse e estados de pânico, aconteceu no domingo e na segunda-feira (29 e 30) e contou com aproximadamente 80 participantes. Dentre eles, pesquisadores nacionais e internacionais, graduandos e pós-graduandos da UFOP e de outras universidades.
Os coordenadores do evento, Deoclécio Chianca Jr e Rodrigo Cunha Alvim de Menezes, ressaltam que as expectativas foram alcançadas. Para Menezes, as palestras, além de passar conhecimento, teve a aprovação do público, com boa participação nos debates. “Superou as expectativas”, revela Menezes.
Destaques
Um dos destaques foi a palestra do professor Anantha Shekhar da Universidade de Indianapolis/USA que trouxe muita discussão. “Ele falou bastante da parte clínica, o que é bem interessante, pois é uma visão diferente do que a maioria dos pesquisadores fazem aqui, que é a parte básica”, avalia Menezes. Chianca Jr. complementa, dizendo que o palestrante foi muito claro e didático. Ainda segundo ele, Shekhar mostrou alguns modelos animais da ciência básica e como isso pode ser usado na pesquisa clínica propriamente dita. “Ele mostrou também algumas drogas ligadas à ansiedade, pânico e depressão. São questões extremamente interessantes porque o laboratório dele é muito estruturado, tem equipamentos e pessoas capacitadas para trabalhar desde a pesquisa básica até clínica, estudando diferentes parâmetros”, ressalta.
Outro convidado internacional de destaque, o cientista Mark William Chapleau, professor da Universidade de Iowa/USA, focou em sua apresentação nas duas grandes novas drogas que podem ser utilizadas no combate à hipertensão arterial. Além disso, Chapleau mostrou feitos interessantes da inflamação, da desrregulamentação da neuromodulação, ou da regulação neuromoral. Na avaliação de Chianca Jr., a palestra foi um sucesso. “Nesse aspecto, acho que isso é exatamente o que a gente queria. Entre todos nós pesquisadores, discutimos muito entre nós. Isso facilita bastante e é exatamente a intenção de qualquer congresso, de qualquer simpósio, principalmente de um simpósio de pequeno porte como esse”, assinala.
Foi justamente esse aspecto que chamou a atenção da estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Laila Blanc Arabe. Segundo ela, "o fato de ser de menor porte foi melhor ainda, pois as pessoas fizeram comentários e perguntas para auxiliar os palestrantes", observou. A estudante, que veio a Ouro Preto especialmente para o Simpósio, também se admirou com a organização do evento. “Surpreendeu-me. Começou e terminou nos horários indicados e isso é muito bom pra quem vem de fora”, acrescentou. Além disso, a ida para o Simpósio permitiu que Laila acrescentasse a sua graduação muito conhecimento. “Eu entrei agora no laboratório; por isso, foi muito importante pra mim aprender tudo que foi ensinado hoje”, comenta.
Parcerias
Com o sentimento de missão cumprida, os organizadores mostram a importância que o evento teve. Eles explicam que em 2000, não se estudava depressão, pânico e ansiedade com esses procedimentos metodológicos. “É obvio que existem trabalhos sobre o assunto, mas estudando os circuitos centrais e com as tecnologias novas estamos conseguindo descobrir quais regiões do cérebro estão funcionando, que tipo de substância que realmente provoca ou pode melhorar essas doenças”, explica Menezes. Chianca Jr. complementa que, em pleno ano de 2015, o trabalho aqui está integrado com o que o mundo está fazendo. “Aqui na sala, temos pessoas que foram pioneiras nesses estudos. Isso que a gente está fazendo é uma ação efetiva. Uma oportunidade enorme. As alunas do laboratório já fecharam parcerias. Isso é a internacionalização da Universidade”, ressalta.

A Drª Grace Schenatto apresentou pesquisa sobre isolamento social e transtorno neuropsiquiátrico - Foto: Thiago Barcelos