
Criado por Nathália Paes em qui, 20/03/2025 - 10:52 | Editado por Regiane Barbosa há 12 horas.
O Departamento de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas (Deabi) realizou sua primeira assembleia ordinária para eleger suas chefias. O professor Erisvaldo Pereira dos Santos foi eleito chefe de departamento e a professora Ana Luiza Soares, vice-chefe. Segundo Ana Luiza, a reunião, realizada na quarta-feira (18), foi um momento histórico, pois "é um marco fundamental para a consolidação do Departamento dentro da UFOP".
O Conselho Universitário (Cuni) aprovou a criação do Deabi, ligado ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), em 10 de fevereiro deste ano. O Departamento tem como compromisso implementar atividades de ensino, pesquisa e extensão em todos os cursos da Universidade sobre a história e a cultura africana, afro-brasileira e indígena. Esse trabalho é fundamental para garantir o cumprimento das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino desses temas.
O Deabi tem como desafio contribuir para a formação de "uma cultura humanística de natureza pluralista e anti-racista", afirma o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Arasileiros e Indígenas (Neabi), Clézio Gonçalves. Erisvaldo reforça a importância da construção de práticas pedagógicas e educacionais voltadas para o enfrentamento do racismo. O novo chefe de Departamento, que é pesquisador e ativista na área de relações étnico-raciais, relata que "essa é a expectativa de alguém que está na UFOP há 19 anos e vem construindo essa pauta, internamente e externamente, ao lado de ativistas do movimento social negro".
Ana Luiza é a primeira professora contratada pelo Deabi através de concurso na área de História e Culturas Indígenas. Segundo ela, assumir a vice-chefia do Departamento "é uma responsabilidade grande, mas também uma oportunidade incrível de contribuir para sua construção e consolidação". Ela ainda acrescenta que assumir esse cargo é muito significativo, uma vez que "há mais de 10 anos dedico minha trajetória acadêmica e profissional ao estudo das histórias e culturas indígenas".
Para Erisvaldo, assumir o cargo de chefia do primeiro Departamento de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas de uma universidade federal no Brasil é uma honra: "essa tarefa se inscreve dentro do meu ativismo negro, dentro da minha resistência contra o racismo". E complementa que essa nomeação é uma conquista: "isso é fruto de muita luta, muito debate, muita discussão".
O próximo passo para o Deabi é a aprovação do Conselho do ICHS, seguida pela nomeação dos novos chefes de departamento pela Reitoria.