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Entrevista: Chapa 2 - Luciano e Roberta

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Para colaborar com a comunidade acadêmica na escolha dos candidatos à Reitoria na Pesquisa Paritária de 2024 da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a Assessoria de Comunicação Institucional (ACI) realiza uma série de entrevistas com as chapas inscritas no processo de escolha dos gestores que vão ocupar o cargo máximo dentro da Universidade pelos próximos quatro anos.

A ordem de publicação das entrevistas foi decidida por meio de sorteio, e a entrevista desta quinta-feira (12), a última da série, é com a chapa 2. Os candidatos a reitor e vice-reitora são, respectivamente, o professor do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) Luciano Campos da Silva e a docente do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (Iceb) Roberta Eliane Santos Froes.

Conforme regulamento, o conteúdo foi publicado exatamente como enviado pelas chapas. As informações contextuais que as profissionais da ACI julgaram necessário incluir estão entre colchetes.

ACI: Desde 2014, a UFOP e outras instituições federais enfrentam constantes contingenciamentos orçamentários que, em certos momentos, trazem inclusive o risco de paralisação das atividades. Como vocês pretendem enfrentar esse desafio? Como definir as prioridades e um bom planejamento tendo um orçamento cada vez menor?

Chapa 2: A capacidade de uma universidade oferecer serviços de qualidade à população é altamente dependente do seu orçamento. Nesse sentido, propomos um esforço permanente de garantia do aumento de nossas receitas orçamentárias e do aprimoramento constante dos nossos gastos.

No que tange ao aumento da receitas, propomos, especialmente, as seguintes ações: a) Diálogo permanente com o Governo Federal, MEC e Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior] visando a defesa de um orçamento justo, adequado e previsível para o conjunto das universidades; b) busca de complementação orçamentária das verbas disponibilizadas, junto ao MEC, outros ministérios e Congresso Nacional, por exemplo por meio de emendas parlamentares; c) busca de recursos em programas federais e fundos destinados à pesquisa, inovação, cultura, esportes e desenvolvimento de infraestrutura. d) desenvolvimento de projetos, convênios e parcerias com entes diversos que impliquem em retribuição pecuniária, preservada a autonomia e os interesses da Universidade e da sociedade. Esses recursos podem ser financiadores, por exemplo, de atividades especiais voltadas ao bem estar social, à saúde física e mental, ao combate às discriminações e outras formas de opressão, à busca de mitigação de impactos ambientais, entre outros, desde que mantida a autonomia universitária.

No que tange aos gastos é preciso investir na otimização dos recursos disponíveis: a) por meio da avaliação contínua das políticas institucionais de modo a identificar possíveis pontos de desperdício, possibilidades de reorganização de processos e de procedimentos que impactem diretamente na estabilidade financeira; b) por meio de um planejamento transparente dos gastos da Universidade, em diálogo constante com a comunidade universitária. Isso implica em estabelecer previamente com a comunidade os investimentos que ela considera prioritários, de modo a lidar de forma mais rápida e estratégica com situações que envolvam cortes e contingenciamentos. Defendemos que nessas ocasiões sejam preservados os investimentos que impactam diretamente a vida das pessoas, em especial as condições de permanência dos estudantes na instituição.  Por isso, propomos que o planejamento orçamentário seja democratizado em nossa Universidade.

ACI: Sabe-se que atualmente a UFOP tem um déficit de servidores técnico-administrativos na maioria dos setores e em todos os campi. Como a chapa, se eleita, pretende lidar com este déficit, principalmente nos setores mais estratégicos? Caso o Governo Federal destine mais cargos para as universidades, como será a distribuição dessas vagas nos setores e unidades da Universidade? E se não tivermos mais vagas ainda neste atual governo, a terceirização será a solução?

Chapa 2: Ao longo dos últimos anos, a Universidade se furtou de discutir, redimensionar e reorganizar a força de trabalho. A cada dia as atividades laborais aumentam e se tornam mais complexas, enquanto o número de servidores técnico-administrativos diminui significativamente. Parte dessa perda é devido à aposentadoria de pessoas que ocupavam cargos extintos. Sem o diálogo e reorganização, ocorre a descaracterização do serviço público.

Nesse cenário propomos: a) mapear o quantitativo de técnicos em relação aos estudantes e docentes nas universidades brasileiras de forma a fundamentar as demandas da UFOP junto ao MEC; b) efetuar uma defesa assertiva e permanente junto ao MEC e à Andifes da recomposição e ampliação de vagas de TAES para a UFOP; e c) apoiar a luta da Assufop [Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP] e demais sindicatos na garantia da contratação de novos TAES para as universidades.

Paralelamente, precisamos efetuar o mapeamento de funções e o dimensionamento da força de trabalho nos setores da UFOP, identificando servidores técnico-administrativos que possam contribuir de forma mais consistente em outros setores, desde que esse seja o desejo deles. Para isso, propomos um levantamento que estamos nominando de “Censo da UFOP”, com o objetivo de verificar os perfis, habilidades, interesses e demandas dos servidores (professores e Taes), para o desenvolvimento de políticas no médio e longo prazo. Propomos que a movimentação de pessoal seja acompanhada da publicização dos talentos disponíveis e que seja realizada com base em critérios objetivos e públicos, como a criação de editais semestrais ou anuais de movimentação.

Caso o Governo Federal destine mais cargos para as universidades, propomos que a alocação seja realizada com base em intenso diálogo com a comunidade em processo que leve em consideração um estudo sistemático da situação laboral de cada setor. A terceirização é uma realidade que não nos agrada, nos condicionando a repassar parte do processo de gestão para empresas privadas que podem não estar alinhadas com os mesmos valores de cuidado, reconhecimento, segurança e autonomia que pregamos. É importante ressaltar que não somos contra os funcionários terceirizados e sim ao processo de terceirização, que pode levar o serviço público ao alinhamento com condições precárias para essas pessoas.

ACI: No que diz respeito ao bem-estar e à saúde mental da comunidade acadêmica, a UFOP desenvolve ações isoladas e pontuais e algumas campanhas em momentos mais críticos. Qual é o projeto da chapa para as ações de cuidado e acolhimento? Como ele seria executado, caso a chapa seja eleita?

Chapa 2: A questão da saúde mental é complexa e multifatorial. Por isso é preciso reconhecer que esse não é um tema fácil e que demandará da administração central um esforço no sentido de reunir toda a inteligência disponível na Universidade e fora dela para construirmos uma política institucional de acolhimento, preservação e promoção da saúde mental de estudantes, TAEs e professores.

Por ser um tema complexo, essa política deverá envolver ações diversas e articuladas como: a) serviços de acolhimento e aconselhamento; b) workshops e palestras sobre saúde mental; c) orientação acadêmica; d) materiais informativos; e) treinamento para servidores; f) construção de uma rede de apoio e suporte relacionada a essa temática; e g) diálogo e articulação com a rede de atendimento à saúde nos municípios próximos à Ufop; etc.

Se não estivermos permanentemente atentos, o cotidiano acadêmico acaba por se tornar hostil e opressor. Essa condição existente dentro da Universidade tem levado diversas pessoas ao adoecimento físico e mental, prejudicando seu desempenho e colocando em risco a qualidade e a condição de vida. Precisamos urgentemente construir uma Universidade acolhedora na qual cada um se sinta pertencente à comunidade e as práticas quotidianas sejam produtoras de bem-estar. Por isso, é necessário revisar as relações de trabalho, os processos pedagógicos e avaliativos, as condições de permanência, entre outras.

Além disso, em nossa Carta Programa, enfatizamos a relevância das atividades de cultura, arte, esporte e lazer como uma das formas de promoção da saúde mental por meio da construção de uma experiência de trabalho e estudo mais enriquecedora, mais agradável, mais humana e mais justa. Os espaços da Universidade também precisam ser repensados, proporcionando aos estudantes docentes, técnicos administrativos e trabalhadores terceirizados mais acolhimento, convivência e conforto. Soluções simples e intervenções estéticas pontuais podem transformar os ambientes, criando outras dinâmicas que favoreçam o bem-estar físico e mental das pessoas que neles trabalham, estudam e transitam. Entre as ações estão a mudança de cores, a intervenção artística e até mudança de layout de alguns ambientes.

ACI: Os Restaurantes Universitários (RUs) são essenciais para a permanência dos estudantes na Universidade, além de serem amplamente utilizados por servidores técnico-administrativos e docentes. O que a chapa propõe para aprimorar esse serviço e garantir que os estudantes que mais precisam tenham acesso a uma alimentação de qualidade com preço acessível?

Chapa 2: Os restaurantes universitários são uma política assistencial fundamental para a permanência de estudantes e ainda pode ser um suporte adicional para os outros envolvidos na comunidade acadêmica. No entanto, a disponibilização desse serviço tem apresentado recorrentes queixas em diversos aspectos, como na qualidade e quantidade dos alimentos ofertados e na subutilização do espaço de oferta de alimentos nos restaurantes, ocasionando enormes filas e consequente atrasos no início das aulas. Destaca-se ainda o alto custo para alunos que não são assistidos pelas políticas de assistência e demais membros da comunidade ufopiana, inclusive os trabalhadores terceirizados.

Ressaltamos que qualquer ação proposta em relação ao RU depende da formulação do contrato do serviço, pois trata-se de uma ação terceirizada pela instituição. O contrato existente apresenta estratégias de monitoramento e avaliação que precisam ser melhor acompanhadas, corrigidas e/ou reformuladas para a próxima vigência. Para que as avaliações das entregas dos serviços sejam intensificadas e realizadas de modo dinâmico, propomos a implementação de um sistema como um QRcode de avaliação disponibilizado nos espaços dos restaurantes. Ao mesmo tempo, é necessário ampliar e institucionalizar campanhas que visem a redução do desperdício.

Sobre o valor das refeições é essencial reforçar a luta coletiva, junto ao Governo, por um maior aporte via PNAES. Precisamos urgentemente reavaliar coletivamente o orçamento interno e o emprego dos recursos (sem desconsiderar os cortes que estamos sofrendo) para subsidiar e reduzir os custos do restaurante para toda a comunidade.

Buscaremos em outras universidades modelos de gestão de RUs que atendem de maneira eficaz, negociando e adaptando parcerias semelhantes para que possamos contribuir com a redução do custo de produção e enriquecimento nutricional dos alimentos disponibilizados.

Ainda nessa frente, entendemos que garantir, pelo menos, as três refeições básicas é condição essencial de vida. Temos a intenção de ampliar os serviços com a oferta do café da manhã para os estudantes de maior necessidade de auxílio e ampliar para os demais usuários. Ter os RUs funcionando adequadamente e com baixo custo é um investimento na qualidade da formação pessoal e profissional dos nossos estudantes e na promoção do bem-estar de toda comunidade ufopiana.

ACI: A comunicação institucional é essencial para evitar a desinformação, principalmente quando as redes sociais estão repletas de fake news. Além disso, é papel da Universidade, como instituição pública, mostrar para a comunidade de dentro e, principalmente, de fora da UFOP, os avanços que as nossas pesquisas e ações têm alcançado. Entre os desafios que a comunicação da UFOP encontra atualmente, estão a falta de pessoal e a busca por financiamento para garantir a continuidade das emissoras de caráter público-educativo, que também desempenham um papel importante na comunicação institucional. Como vocês pretendem fortalecer essa área?

Chapa 2: A Diretoria de Comunicação Institucional é essencial para a organização e direcionamento das ações de propagação e proteção da imagem institucional, seja com os entes internos, seja com as comunidades que tem relação direta ou seja com a sociedade nacional e internacional. Como setor meio, fortalece o diálogo, fazendo com que a Ufop e sua comunidade sejam mais conhecidas e reconhecidas.

Isso beneficia a atração de estudantes no acesso aos cursos de graduação e pós-graduação; nas parcerias para o desenvolvimento e financiamento das pesquisas; na circulação dos conhecimentos acadêmico e popular; na criação de materiais e recursos pedagógicos; no diálogo da arte e da cultura com os saberes e fazeres das comunidades; e em outras frentes de interlocução. A UFOP precisa ser vista e reconhecida externamente pelas suas potencialidades seja no ensino, pesquisa, extensão, inovação, assistência estudantil e outros atributos e, para esse fim, a capilaridade das ações da diretoria de comunicação institucional se faz imprescindível.

Nesse contexto, propomos: a) uma integração dos sistemas de gestão e canais de informação entre pró-reitorias, unidades e departamentos, ampliando a coleta de informações relevantes para a divulgação científica e institucional; b) fortalecer o corpo efetivo do setor, buscando novas vagas e ferramentas apropriadas para suas ações; e c) estabelecer novas parcerias e financiamentos que possam garantir a perenidade e a ampliação da atuação dos projetos da Rádio UFOP e TV UFOP.

PESQUISA PARITÁRIA - A pesquisa paritária tem o objetivo de conhecer a preferência da comunidade acadêmica da UFOP para a ocupação dos cargos de reitor(a) e vice-reitor(a) na gestão 2025-2029.

O processo de votação será realizado pelo Sistema e-Votação UFOP, com início às 8h do dia 2 de outubro até às 18h do dia 3 de outubro. Poderão votar: estudantes de cursos de graduação e pós-graduação regularmente matriculados(as) ou que se encontrarem nas situações de trancamento, afastamento ou mobilidade nos dias da votação; técnicos(as) administrativos(as) em educação da ativa e aposentados(as); docentes da ativa e aposentados(as), incluindo os(as) participantes do Programa Institucional de Capacitação Docente.

Acesse as cartas-programas dos(as) candidatos(as).

ENTREVISTAS - Além da ACI, a Rádio UFOP e a TV UFOP também realizam entrevistas com os candidatos. O conteúdo da TV vai ser disponibilizado no YouTube e o da Rádio vai ao ar às 17h45, na frequência 97.7 MHz.

Leia o regulamento das entrevistas.

Confira as entrevistas com as outras chapas:

Chapa 1 - Kátia e Cocota
Chapa 3 - Eleonardo e Cristiane

Assista a entrevista realizada pela TV UFOP:

O conteúdo também está no Spotify:

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