A 203ª Reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que acontece nesta quarta (22) e quinta (23), no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), começou com o seminário "Políticas Universitárias e de Gestão para Promoção da Equidade de Gênero nas Universidades Federais". O evento teve como objetivo principal discutir a igualdade de gênero, as políticas universitárias e o papel das universidades na transformação social.
O seminário reuniu reitores, professores e convidados, e na mesa de abertura contou com a participação da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo (online); da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia Antunes Rocha; da presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho; da representante do Ministério da Ciência e Inovação, Andrea Latgé; da reitora da UFOP, Cláudia Marliére; e do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo.
A reitora Cláudia Marliére foi uma das articuladores para que o evento acontecesse em Ouro Preto. Durante a abertura, ela destacou a pertinência do tema e as iniciativas implementadas na Universidade para promover a igualdade de gênero. "Como primeira mulher reitora da UFOP, coube a mim contribuir para a institucionalização das políticas de enfrentamento à violência de gênero", afirmou. Entre as ações mencionadas, a reitora destacou programas como a Ouvidoria Feminina, projeto de extensão premiado pelo MEC pelo enfrentamento à violência e pela orientação judicial oferecida às mulheres, o projeto Manu, que apoia a maternidade na Universidade, assim como o Ciclo Saudável, que promove a dignidade menstrual, e ainda programas direcionados a apoiar as pesquisadoras a fim de fortalecer a presença feminina na produção científica da UFOP.
A ministra do TSE, Cármen Lúcia, deu início às mesas de debate ressaltando o papel fundamental da educação para a transformação da realidade. "A igualação é essencial nos espaços universitários e nas formas de ensino, pois é isso que contribui para a promoção e o acesso à equidade fora dos muros acadêmicos", afirmou. Ela destacou ainda as contribuições da universidade para que a sociedade consiga acessar essa equidade: "A universidade ensina a democracia das igualdades. Nossa responsabilidade é saber como realizar a transformação com os estudantes para que os jovens realmente acreditem e vivam o sentimento de igualação".
A ministra Macaé Evaristo trouxe dados alarmantes sobre o aumento global da violência contra a mulher e mencinou a importância do papel das universidades frente a esses índices. "A promoção da equidade de gênero e da equidade racial nas universidades constitui elemento fundamental para a construção de um ambiente acadêmico justo, inclusivo e democrático", defendeu ela.
As discussões do seminário foram divididas em eixos:
- a autonomia constitucional e o direito à educação
- as politicas universitárias e agências de fomento
- a equidade de gênero e diversidade.
O seminário reafirmou a importância das universidades como agentes de transformação social e inclusão. Ao reunir representantes de diversas instituições e especialistas, o evento fortaleceu o compromisso das universidades federais com a promoção da equidade de gênero e da diversidade, apontando caminhos para avançar nessas pautas e para o desenvolvimento democrático desses ambientes.