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UFOP sedia encontro do Forplad com debates sobre orçamento e comunicação nas Ifes

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Grazzy Maria
Com: 
Samuel Almeida

A segunda reunião regional do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad) teve início nesta quarta (19) e foi até sexta (21), no Centro de Convenções da UFOP. O encontro reuniu representantes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) da região Sudeste para debater estratégias de desenvolvimento e questões orçamentárias.

Ao recepcionar os participantes do evento, a reitora da UFOP, Cláudia Marliére, destacou a importância da reunião para o fortalecimento das Ifes. Ela ressaltou, no entanto, a necessidade de se estabelecer um diálogo mais efetivo entre os pró-reitores de Planejamento de forma a assegurar que as políticas sejam compreendidas e apoiadas por todos antes de serem encaminhadas ao Ministério da Educação (MEC).

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Grazzy Maria
Tânia Mara e a reitora Cláudia Marliére
 

A diretora da Difes/Sesu/MEC, Tânia Mara Francisco, trouxe questões relacionadas ao orçamento e outros temas críticos que têm impactado as universidades, como a evasão e as vagas ociosas. Em relação ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), Tânia apresentou uma série de ações e propostas que visam impulsionar o ensino superior. Dentre elas, destacam-se a valorização e aprimoramento da licenciatura indígena, com o objetivo de fortalecer o curso; o fator Amazônia, que busca abordar questões específicas daquela região; a curricularização da extensão, visando integrar as instituições com a comunidade e trazer benefícios para ambas; e o fortalecimento dos sistemas de rádio e televisão das universidades através de parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para garantir o acesso e a permanência dos estudantes por meio da assistência estudantil, ela informou que serão mantidos os valores atuais e que a diferença do referencial será distribuída considerando 25% do total de alunos equivalentes.

Sobre o Plano Plurianual (PPA), instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do governo federal, ela lamentou a ausência das Ifes entre as cinco diretrizes prioritárias e enfatizou a relevância dessas diretrizes, por serem estratégias do governo e influenciarem a priorização da aplicação de recursos. Para Tânia, a presença do ensino superior entre as cinco diretrizes principais do PPA garantiria ações prioritárias, inclusive em termos de orçamento. "Quando falamos de diretrizes prioritárias, estamos tratando de estratégias governamentais que guiam a alocação de recursos para obras e projetos. A inclusão do ensino superior como prioridade garantiria ações mais direcionadas, inclusive no âmbito orçamentário", ressaltou.

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Grazzy Maria
Pró-reitor de Planejamento da UFOP Eleonardo Pereira
O pró-reitor de Planejamento da UFOP, Eleonardo Pereira, destacou a importância do fórum para o compartilhamento de experiências, que podem sugerir ações a serem implantadas nas instituições: "O planejamento está presente em todas as ações da Universidade. Estamos em vias de iniciar o processo de discussão do nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e a gente traz experiências de outras universidades também. Temos perspectivas que são comuns entre as universidades e essas reuniões servem para isso, para trazer as experiências, os relatos de colegas".

A respeito da situação da UFOP, Eleonardo relatou que, após a recomposição de recursos financeiros e outras emendas, a projeção para o final de 2023 é de fechamento orçamentário sem dívidas, ao contrário do que se esperava no início do ano. "As limitações vêm oriundas do passado. Tivemos anos de muita dificuldade orçamentária e isso foi se acumulando. A gente teve uma recomposição agora, com base no que foi possível para o país. A perspectiva para 2024 é melhor e, de fato, a Universidade hoje consegue se manter com essa recomposição que foi efetuada nos meses anteriores", explicou.

Também participou do evento, de forma remota, o coordenador do Colégio dos Diretores de Tecnologia da Informação da Andifes, Andrés Menéndez. Ele falou sobre os Desafios e Perspectivas da Informação e Comunicação nas Ifes, tema que foi debatido pelos participantes.
 

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Samuel Almeida
Chico Daher ressalta o trabalho em conjunto entre as Ifes

COMUNICAÇÃO NAS IFES - O integrante do Colégio de Gestores das Ifes (Cogecom) e diretor de Comunicação da UFOP, Chico Daher, apresentou os desafios dos setores de comunicação das Ifes. Entre eles, situações como a necessidade de profissionalizar o uso das redes sociais, ferramentas efetivas de comunicação; a descentralização, uma vez que outros setores buscam autonomia para divulgar ações e atividades por conta própria em vez de recorrerem ao setor de comunicação; e a instabilidade orçamentária causada pela falta de financiamento.

Para Chico, existe também uma competição — por vezes involuntária —, uma "individualidade institucional" das Ifes, e, às vezes, essa competição ocorre também internamente, entre setores das universidades. "Um tenta se sobressair em relação a outros, ou uma universidade sobre outra. Por um lado, é vantajoso preservar a individualidade e as diferenças, como aspectos específicos de cada instituição (identidade e regionalidade, por exemplo), resultado da diversidade do país e do local em que a instituição está inserida. Deste modo, é normal e até esperado que haja essas diferenças. No entanto, existem discrepâncias em vários pontos, como o valor de investimento em cada instituição e a quantidade de profissionais, o que acaba refletindo na qualidade do trabalho realizado em cada uma delas. Para se ter uma ideia, segundo pesquisa apresentada pelo Cogecom, o quantitativo de profissionais nos setores de comunicação varia de 5 a 98".

O trabalho em rede, neste sentido, seria uma alternativa. "Se as universidades entenderem que a busca de financiamento gera retorno para elas, é muito mais barato que isso venha em conjunto, em grupo. Nós, enquanto grupo de universidades, temos como atingir os Ministérios e dizer 'precisamos que vocês aportem mais recursos'. As universidades se beneficiariam em conjunto", afirmou Chico, fazendo referência às propostas elencadas pelo Cogecom.

Entre essas soluções, segundo ele, está criação de uma rede audiovisual que envolva TVs, rádios e até o streaming para gerar produções compartilhadas, publicações integradas, distribuição para diferentes públicos e ganho de visibilidade. A criação de um banco nacional de fontes de pesquisadores e uma agência de divulgação científica também foram apresentadas pelo diretor como propostas do Cogecom, além das parcerias públicas e privadas e da rede de pesquisas em comunicação. Outras soluções dispensam a captação de recursos, mas necessitam de articulação entre as Ifes, como a troca de experiências, o fomento de cursos, a aplicação de media training e a realização de campanhas coletivas, conforme já vêm ocorrendo. "Nossa conversa aqui foi no sentido de mostrar que, independentemente das particularidades, das identidades, é possível pensar esse lugar como um processo de unidade nacional, com respeito aos processos horizontais que as Ifes têm", concluiu o diretor. 

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