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Intercambistas chilenos participam de projeto social no bairro Santo Antônio em Mariana

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Pedro Vieira
Estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Valparaíso, no Chile, instituição parceira da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), participam de um projeto de arquitetura e design no bairro Santo Antônio, mais conhecido como Prainha, em Mariana. A mobilização para a ação é fruto do projeto "Travessia", realizado para celebrar a parceria entre a universidade chilena e a UFOP. 
 
O projeto tem cerca de 50 anos e consiste na visita de estudantes e professores a diferentes lugares do continente com a proposta de presentear as comunidades visitadas com uma obra de arquitetura, design e arte. Ao projetar, pensar e interagir com as comunidades, colocando em prática um projeto social, os participantes buscam responder à pergunta: "O que significa ser americano?".
 

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Pedro Vieira
Alunos da PUC de Valparaíso na execução do projeto social
 
O professor do Departamento de Arquitetura (Dearq) da UFOP, Maurício Leonard, comenta que o que chamou sua atenção na universidade chilena é o lema "pensar fazendo". Os projetos desenvolvidos também envolvem manualidade e escolha dos materiais a serem utilizados. "É importante estarmos atentos às decisões de escolha de materiais e decisões ambientais devido às mudanças climáticas que estamos vivendo", explica. Uma particularidade da universidade de Valparaíso, segundo o professor, é que eles estudam o barroco mineiro e têm ênfase particular na cidade de Ouro Preto.
 
Fernanda Alves de Brito, também professora do Dearq, ressalta a importância de a intervenção ser realizada no bairro Santo Antônio. "O bairro é a origem de Mariana, então possui um valor histórico, simbólico e paisagístico para a cidade". Mais especificamente, Fernanda justifica a escolha pelo rio que atravessa o bairro, por conta da sua importância paisagística para a comunidade, também por já ter recebido outras intervenções. "A importância da produção social na comunidade está nos benefícios que traz para ela, além de conseguirmos trazer à tona a valorização dessa população e dos saberes locais, quando pensamos em um patrimônio vivo", complementa.
 

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Pedro Vieira
Estudantes de arquitetura e design carregam estrutura de montagem
 
PROJETO TRAVESSIA - O "Travessia" tem origem poética. Conta com a presença de 45 alunos estrangeiros, vindos de países como Chile, Portugal, Noruega, França e Espanha, além de cinco estudantes da UFOP e de voluntários da comunidade local. Além da internacionalização, possibilita também a expansão local, como no caso da participação da Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana.
 
Andres Garces, professor de arquitetura e design da PUC de Valparaíso, afirma que o propósito da jornada internacional é ir além da pergunta "O que significa ser americano?". "Essa pergunta é feita a partir de uma perspectiva sociocultural, ou seja, refletimos sobre a origem americana, mas também sobre suas outras origens, que construíram em conjunto o país, como é o caso da origem afro-brasileira".
 
Andres ainda destaca a arquitetura mineira, em especial a de Mariana e de Ouro Preto, como um dos resultados dessa influência cultural. "A arquitetura daqui preserva a herança europeia, mas dentro dela há conceitos e identidades emergentes de povos originários, que de certa forma são os gestores e construtores da cidade", explica.
 

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Pedro Vieira
Estudantes e voluntários da comunidade atuam no projeto "Travessia"
 
A realização de oficinas de pintura em uma escola do bairro Santo Antônio, a criação de um mural artístico e a construção de uma praça com brinquedos para as crianças são as ações realizadas pelos estudantes na cidade de Mariana. As ações urbanas visam trazer elementos que permitam o reconhecimento da identidade local, como também atuam na promoção de um espaço para convívio. 
 
Participante do intercâmbio e estudante da PUC de Valparaíso, Jaime Samalea comenta sobre a experiência internacional. "É muito importante, pois me proporciona diferentes pontos de vista, tanto pessoais quanto profissionais. Não apenas ao conhecer a cultura daqui, mas também a forma como os materiais são produzidos e a maneira como trabalham com tudo".
 
Wilson Silva de Assis, morador da comunidade da Prainha, presidente do Oásis de Santo Antônio e do Espaço Prainha, aproveita para realçar o ganho significativo que a comunidade vai ter com esse novo espaço, uma vez que a outra área de lazer disponível é distante da entrada do bairro.
 

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Pedro Vieira
Pintura do mural artístico no bairro Santo Antônio

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