Criado por Patrícia Pereira em qui, 12/09/2019 - 13:01 | Editado por Patrícia Pereira há 5 anos.
O Brasil elevou o número de universidades no ranking da Times Higher Education (THE), o que o possibilitou subir de nono para o sétimo país com maior número de universidades na lista, passando na frente de países como Chile, Itália e Espanha.
A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) está no grupo de 1001+, o que representa um acontecimento significativo, já que no ano anterior a Universidade não entrou na classificação. Todas as novas 11 instituições brasileiras que entraram no ranking THE deste ano foram classificadas na mesma faixa — a classificação é feita em grupos de 200.
Os critérios de avaliação utilizados foram indicadores de desempenho como: ensino, pesquisa, citações, visão internacional, transferência de conhecimento e "parceria" com empresas. Neste último indicador (industry income), a UFOP aparece com 36,4 pontos no score, média bem próxima à da Unicamp e da UnB, por exemplo.
A coordenadora de Assuntos Internacionais da UFOP, Jaqueline Pinheiro Schultz, assinala a importância de o Brasil ter ampliado a participação no ranking THE e de a UFOP fazer parte desse novo grupo de instituições. No entanto, para ela, a Universidade precisa melhorar o envio dos dados, que possui complexidades e peculiaridades próprias dos rankings internacionais, diferentes dos aspectos e itens avaliados nos rankings nacionais. Parte das informações para o ranking THE são enviadas pelas próprias instituições. "Temos aprimorado ao longo dos anos, tentando entender a sistematização dos dados e suas complexidades".
Nesta edição do ranking da THE, foram avaliadas 1.396 universidades de 92 países. A representação brasileira nessa classificação aumentou para 46, contra 35 no ano passado. Os números inseridos na sistematização dos dados são de 2017, embora tenham sido enviados no início de 2019, ou seja, ainda não é possível sentir o reflexo dos cortes realizados pelo Ministério da Educação deste ano.
A reitora da UFOP, Cláudia Marliére, alerta que "este crescimento encontra-se sob risco em função dos contingenciamentos e bloqueios orçamentários que enfrentamos nos últimos anos, assim como da redução de nosso custeio projetada para 2020 em cerca de 40%. A precarização de nossos serviços, comprometendo nossas ações na pesquisa, extensão e ensino, já se faz presente e pode influenciar as futuras avaliações. Não podemos deixar que isso aconteça". Reconhecendo o mérito de estar entre as 11 universidades brasileiras que entraram no ranking das melhores do mundo, ela ressalta que "o empenho de nossas comunidades está dando resultado. As universidades públicas brasileiras demostram vigor, mesmo em clima adverso, como o atual. Sabemos que os dados apresentados fazem referência a informações fornecidas em 2017, e a nossa esperança é continuar melhorando nossos indicadores".